terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Bem, depois de insistentes reclamações, entrei no twitter.
Tuirer, me corrije um amigo, e não tuiter.
Olha a pronúncia, brandão... pelamordedeus!
Mas a net tem a capacidade de se renovar e ficar, parece, pior, à cada renovada.
O novo orkut é cansativo, lento e nada criativo.
O twitter é moderninho, mas sem nada de interessante... nada de novo.. novidade nenhuma.
Até parece que os inventores da net só sabem criar coisas para expor as pessoas.
Coisas que se prestam à bisbilhotice (existe essa palavra, gente?).
Tô lá no tuirer...
... mas manter o tal tuiter é mais chato que manter esse blog..
Ou os dois se equivalem no nível de monotonia???

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Um amigo, Alcântara, me deu o mote dessa letra.
Ele rabiscou num papel, a frase: como se diz eu ainda te amo?
Achei que dava samba... fiquei com a frase na cabeça..
Fui pra minha corrida de toda manhã, no Bosque dos Buritis e, enquanto corria e caminhava, fui elaborando a letra.
Saiu isso que posto aqui.
Achei massa o resultado.
Não gosto das coisas que faço.. mas dessa gostei.



Eu ainda te amo
(Carlos Brandão/ N. Alcântara)

Como se diz, eu ainda te amo?
como, como se diz?
Como se diz, eu ainda te amo?
como se diz?

Agora que a gente se cercou de novas pessoas
agora que a gente tá tentando ser feliz
vem a pergunta batendo com força no peito:
como se diz?

Como se diz, eu ainda te amo?
como, como se diz?
Como se diz, eu ainda te amo?
como se diz?

Agora que o tempo parece acalmar toda mágoa
agora que a dor parecia não machucar mais
vem a verdade batendo com força no peito:
como é que faz?

Como se diz, eu ainda te amo?
como, como se diz?
Como se diz, eu ainda te amo?
como se diz?

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Porque você entrou na minha vida
de um jeito diferente
pela porta da frente
feito gente, feito gente.
Porque te vi, sorri, arreganhei os dentes.

Porque eu sou assim, sozinho
mas me dobro facilmente
se um outro ser humano
chega e me ganha de repente
Porque você entrou na minha vida
de um modo inteligente
feito gente, feito gente.

Porque perdi o prumo
e me entreguei
e me facilitei
naturalmente.
Porque nós somos nós
e o nosso amor é diferente
Porque entrou nas nossas vidas
feito gente, feito gente.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

trecho duma letra do Vitor Ramil:

Dormir na beira da estrada
Num sono largo e sereno
E ver que o mundo é pequeno
E a vida não vale nada.
Tenho recebido emails e mensagens diversas pedindo pra que eu entre no site duma tal Arpub - Associação das Rádios Públicas do Brasil, para ouvir canções que concorrem a sei lá o que.
Minha curiosidade nunca se abalou e nunca fui ao tal site.
Hoje entrei e tinham lá 10 canções, me parece, de gente de boa parte do Brasil.
De Goiás, dois: Milla Tuli e Chico Aafa.
Ouvi todas as canções que concorrem a não sei o que.
E acabei não votando em ninguém, mesmo porque não sou de ficar votando nesses troços da net.
Acho que só da pessoa estar lá já é um barato, porque o mundo todo tá ouvindo.
Só fiz esse post aqui, pra dizer que encontrei no site, entre todos, um cara que me chamou a atenção: Guima Moreno e a canção Matreiro Moreno Matreiro.
Caraca, a canção é linda!
A letra é pauleira!
E a interpretação do cara é bacana, leve, bonita, moderna.
Não votei no cara... mas que deu vontade, lá isso deu.. rsrs
Compensa ouvir, véi... veja lá: http://www.arpub.org.br/
Ah, vou deixar a letra.. saque:


Ofereceu-me uma rosa
e um samba sincopado
compôs em minha homenagem
se dizendo apaixonado
ele é mesmo um tal mulato matreiro
de ginga molenga, poeta e casado
eu me rendo aos seus muitos encantos
sei lá quem é o culpado.

se sou eu ou se é o amor
se é ele aprisionado
no meu pobre coração
ao seu coração marcado
se é de fato amor amor
ou se cada um vai pro seu lado
se é só um mote desse nego liso
pra mostrar seu novo samba sincopado.

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

O Cleuber já disse que o Goiânia Noise, nesse 2009, foi o Noise é Nóis e o resto é jóia, numa alusão à canção do Juraíldes da Cruz.
Juraíldes que, por sinal, fez um puta show no colégio Santo Agostinho, sendo aplaudido de pé pela molecada do rock.
Mas a mudança no Noise precisa ser bem entendida, até mesmo pelos caras da Monstro.
Massa essa coisa de abrir para todas as manifestações musicais.
O que foi feito merece elogios.
Agora, para os próximos anos, é pesquisar no meio da música feita em Goiás, artistas que têm o estilo Noise...
Penso que um show da Cristiane Perné, cantando canções dela e alguma coisa de Joplin, tem essa cara Noise.
Penso que o Ton Só será uma grata revelação para o público roqueiro.
Público esse que acabou aceitando o Diego de Moraes, apesar de, no começo, uma parte do movimento roqueiro não ter entendido Don Dieguito.
Com Ton Só, esse fenômeno pode se repetir, pois o moleque é foda.
Fernando Simplista pode fazer um puta show.. talento ele tem de sobra.. falta investimento no cara.. só...
Alguns instrumentistas de Gyn, boa parte com início de carreira roqueira, podem mostrar serviço: Luiz Chaffin, Bruno Rejan, William Cândido, Fred Valle, Bororó, Marcelo Maia, etc, etc,, etc, etc....
Até mesmo cantores como Gustavo Veiga podem surpreender, assim como Juraíldes surpreendeu.. Jura e Gustavo têm a mesma pegada rock nas suas canções batizadas de MPB e vale a pena ser surpreendido por gente tão boa.
Acho ainda que banda como Ultravespa não pode ficar de fora de nenhum festival de rock em Gyn... a não ser que se tenha algo pessoal contra os moleques da banda...
A Monstro deu o mote...
Às outras produtoras, cabe seguir o exemplo e enriquecê-lo.
Artistas nacionais que podem arrebentar em qualquer festival em Goiânia: Carlos Careqa, Língua de Trapo, Jica e Turcão, Tangos e Tragédias e muita gente mais.... só pesquisar.
E é isso que espero dos produtores de rock de gyn, incluindo a Monstro: a partir de agora, para manter a idéia da diversificação em alta, pesquisar à exaustão.
Esse é o novo mote e quem fugir dele vai quebrar a cara.
O rock, mais dia, menos dia, desagua na MPB.. isso é público e notório. E a MPB, vira e mexe, faz o caminho inverso. São irmãos siameses. Quem entender isso, como a Monstro sinalizou e precisa entender bem o sinal que deu, vai nos dar festivais de maior repercussão nacional.
Afinal de contas, o que manda num festival é a qualidade.
Independente de que apito o artista toque.. se MPB, ou roque, ou caipira... o que vale, no final das contas, é a qualidade.

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Meu horóscopo de hoje.. rsrs
Pode isso?? ah nem...

Sol em oposição à Vênus natal
Tenha cuidado, Carlos, entre os dias 25/11 às 6h28 e 12/12 às 0h51, com um certo sentimento de menos-valia e com pensamentos e atitudes que lhe levam a diminuir sua auto-estima, pois nesta fase o Sol estará se opondo à Vênus do seu mapa de nascimento. Este não é um trânsito particularmente forte, mas pode estar relacionado com uma tendência a enveredar por caminhos de autocrítica excessiva, com você se colocando em situações e circunstâncias em que sentirá inadequação ou desvalorização pessoal. Reconhecendo esta tendência antecipadamente, você pode evitar se expôr. Não permita que os outros lhe diminuam, mas saiba conscientemente que se alguém faz isso, é porque você se coloca em posição de permitir tal coisa!

Meu tarô de hoje..
credo! hoje eu tô trash...
ou será que sempre fui trash??
coluna dois... hehe

O 9 de Ouros emerge como arcano conselheiro do Tarot neste momento de sua vida, Carlos, sugerindo que é chegada a hora de admirar os frutos das suas atitudes bem tomadas. É chegado o tempo de compreender o seu valor e sua importância, a despeito de algumas pessoas não terem olhos para isso. À medida que você toma consciência de sua singularidade e do quanto você é especial, os outros não têm escolha, a não ser lhe respeitar e admirar – e até mesmo invejar. Mas não tema a inveja, caso ela surja. As únicas pessoas não-invejáveis são as medíocres e isso é uma coisa que você não quererá ser.


Meu I Ching de hoje... rsrs.. fodeu...

O hexagrama de hoje possui uma ou mais linhas móveis. Isto significa que elas se transformam em suas opostas, dando origem a um novo hexagrama. Leia abaixo as perspectivas para seu futuro próximo.
TERCEIRA LINHA MUTÁVEL: É sinal de maturidade ter a capacidade de, ao invés de colocar a culpa nos outros, assumir as próprias atitudes.
QUARTA LINHA MUTÁVEL: Você precisará, no futuro próximo, ter uma boa “antena” para saber identificar quando as outras pessoas estão abertas a você ou não. Saber fazer esta leitura fará uma enorme diferença em sua vida, Carlos. É a inteligência fundamental para qualquer empreitada bem sucedida.
SEXTA LINHA MUTÁVEL: Ao colocar limites para os outros, procure não ser tão cruel e nem atue com tanta dureza, Carlos. Saiba impor os limites com delicadeza e doçura e as pessoas lhe ouvirão bem mais e melhor!

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Todo mundo sabe em Goiás, que eu sou o letrista que mais parceiros musicais tem.
Perdi a conta.
No mínimo, uns 50... no mínimo.
Um dia, falei numa entrevista, que se parceria musical desse aids, eu já tava contaminado.. rsrs
... tantos são os parceiros. Os bons e talentosos parceiros.
Alguns mais assíduos... outros menos... mas todos do bem.
Tem gente com quem compus duas canções e as duas cairam no agrado do público.
É o caso do TomChris.
Tem gente com quem compus muitos sucessos, caso do Gustavo Veiga, Horton Macedo e Flávio Dell'Isola.
Quando comecei esse texto pensei: não vou citar nomes, pra não melindrar ninguém.
Acabei citando, como exemplos...
Mas havia um cara com quem eu nunca tinha composto nada e de quem era fã: João Caetano.
Sempre achei que deve ser muito difícil fazer letras para o João, pelo fato que o letrista dele é muito bom.
O Otávio Daher é fora de série...
Há cerca de 5 meses o João me passou seis melodias.
Juro que tremi na base.. porque para fazer letra para o João, eu parto do parâmetro do Otávio.... um parâmetro de altíssima qualidade... uma responsa foda.
Tentei uma letra... achei meia boca.. o João achou boa..
Agora, acabo de tentar a segunda.. sempre com medo do Otávio.. rsrsrs
Deixei ela de molho um mês e hoje, acho que terminei.
Ah, o tema da letra foi sugerido pelo João, que chegou a fazer as 3 primeiras frases.
Eu corri atrás e somente hoje gostei do resultado.
Tô careca de saber que ler letra de música, sem a música, é uma tortura...
Porque letra de música não é poesia, que vc lê e acha tudo certin redondin...
Letra de música depende da melodia pra ficar redondinha... ao contrário da poesia.
Mesmo assim caio na tentação e posto a segunda letra que fiz para o João.
Aliás, vou postar as duas...
A primeira é uma canção triste, de separação.
A segunda, a pedido do João, é o fim da tristeza e o começo da alegria..
Veja aí... vou postar por ordem.. a primeira é a primeira que fizemos.. etc, etc, etc... hehe
Mais didático, impossível. Eita!


1)
Sem você eu sou um sonho só
tenho medo de chorar assim
tô sozinho e sem ninguém por mim
faço planos de me alegrar
viro a rua e onde vou parar
ser feliz é estranho demais
ai de mim.

Sem você o tempo quer passar
mas os dias teimam em fugir
tô estranho e sem nenhum sinal
de que o sol pretende me sorrir
qualquer dia faço uma canção
dos silêncios que você me deu
como dói.

No dia que o amor me encontrar
será que eu vou me iludir?
será que os dias, os sonhos e a vida conseguem dormir?
No dia que a força acabar
prometo chamar por você
prometo esquecer, ofender, desmanchar o que me faz sofrer.


2)

Pode apostar, eu já te esqueci
não foi fácil, eu não vou negar
voltei a gostar de mim
tô pronto pra outra
melhor me alegrar.

Pode esquecer o que restou do amor
não foi nada, tudo vai passar
voltei a olhar pra mim
tô livre pra outra
adeus, até mais.

Achou que eu fosse me permitir
me perder por aí
sonhar com ninguém
sonhar com você
Perdi a vontade de insistir
e olha eu aí
a noite dormiu
o dia é de sol.

Pode apostar, eu já te esqueci
não foi fácil, eu não vou negar
voltei a gostar de mim
tô pronto pra outra
até nunca mais...

sábado, 21 de novembro de 2009

Desde que o mundo é mundo que o homem cria frases pra falar verdades fazendo graça.
Eu, desde moleque, gosto dessas palhaçadas.
Quanda tinha 17 anos, colecionava frases absurdas.. tinha um caderno lotado delas..
Depois, joguei fora...
Mas ainda rio muito, quando vejo em caminhões, banheiros e outros lugares, frases engraçadas.
Sempre fuço na net atrás dessas bobagens.
Peguei algumas.. umas são bobinhas.. outras muito massa..
Veja algumas:


- Amor é igual a fumaça: sufoca, mas passa. (ótima e real)
- A melhor vacina contra a AIDS é a comida caseira. (cruel, mas óbvia)
- A mulher que se vende, vale menos do que recebe!
- Amigos vem e se vão, inimigos se acumulam.
- A mulher foi feita da costela...imagine se fosse do filé.
- À noite todas as pardas são gatas.
- À noite todos os gatos são pardos.
- Antes dava um boi para não entrar numa briga, hoje brigo por um bife!
- Antes eu sonhava, agora eu nem durmo.
- Aonde vamos parar? Até Papai-Noel anda saindo com veados. (rsrs)
- A palavra de quem bigodeia não vale um fio de barba.
- A pior das sextas-feiras ainda é melhor do que a melhor dassegundas-feiras. (ótima)
- A primeira ilusão do homem começa na chupeta.
- Aqui é como o World Trade Center, só entra avião!!! (massa)
- Aqui não é garagem de fusca.
- A semelhança entre o entregador de pizza e o ginecologista, é que os dois sentem o cheiro, mas não podem comer!
- As mulheres perdidas são as mais procuradas.
- A velocidade que emociona é a mesma que mata.
- A vida é como um dado: tem pontos marcados.
- Malandro é o pato, que já nasce com os dedos colados para não usar aliança. (rsrs)
- Sogra não é parente, é praga de Deus!
- Se for pra morrer de batida, que seja de limão.
- Virgindade e picolé é tudo a mesma coisa. Sempre acaba no pau. (rsrs)
- Ainda sou criança... foi o brinquedo que mudou de tamanho.
- Mulher de beira de estrada e que nem circo: só tem armação. (rsrs)

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Hoje eu tava falando com o Fernando, no Talk, quando ele riu.. aquele kkkkkkkk.. saca?
Na hora me lembrei de dois poemas que falam do ato de rir.
E passei pra ele, que adorou.
Daí, resolvi postar aqui, porque se tem muita gente que saca, tem um monte que nunca leu...
E eu acho massa dividir essas coisas....
Como um dos poemas sobre o ato de rir é do Cruz e Souza, um gênio, resolvi postar outro poema dele.. nada a ver com rir..
O primeiro poema da "série rir" (rsrs), é do Cruz e Souza e chama-se Rir (eita!).
Paulo Leminski lançou um livro sobre a vida e obra dese poeta negro.
Quem não leu, leia... o livro é um show de história, respeito e poesia.
O outro poema é mais véi que eu, de 1910.. parece... Encantação do riso.
Se meu russo não me falha, o autor é Velimir khelébnikov, com tradução de Haroldo de Campos.
E Caveira, do Cruz e Souza, é uma obra prima.
Leminski chamou a atenção para a numeração das estrofes e o número de pontos de exclamação no final das mesmas... fica parecendo um poema visual...
Saque:


RIR! (Cruz e Souza)
Rir! Não parece ao século presente
Que o rir traduza, sempre, uma alegria...
Rir! Mas não rir como essa pobre gente
Que ri sem arte e sem filosofia.

Rir! Mas com o rir atroz, o rir tremente,
Com que André Gil eternamente ria.
Rir! Mas com o rir demolidor e quente
Duma profunda e trágica ironia.

Antes chorar! Mais fácil nos parece.
Porque o chorar nos ilumina e nos aquece
Nesta noite gelada do existir.

Antes chorar que rir de modo triste...
Pois que o difícil do rir bem consiste
Só em saber como Henri Heine rir!...


Encantação do riso (Velimir Khelébnikov. Tradução: Haroldo de Campos)
Ride, ridentes!
Derride, derridentes!
Risonhai aos risos, rimente risandai!
Derride sorrimente!
Risos sobrerrisos -risadas de sorrideiros risores!
Hilare esrir, risos de sobrerridores riseiros!
Sorrisonhos, risonhos, sorride, ridiculai, risando, risantes,
Hilariando, riando,Ride, ridentes!
Derride, derridentes!


Caveira (Cruz e Souza)
I
Olhos que foram olhos, dois buracos
Agora, fundos, no ondular da poeira...
Nem negros, nem azuis e nem opacos.
Caveira!

II
Nariz de linhas, correções audazes,
De expressão aquilina e feiticeira,
Onde os olfatos virginais, falazes?!
Caveira! Caveira!!

III
Boca de dentes límpidos e finos,
De curve leve, original, ligeira,
Que é feito dos teus risos cristalinos?!
Caveira! Caveira!! Caveira!!!

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Outro dia, o Ricardo Leão fez um show no Goiânia Ouro, lançando o CD Cinematecla.
Um puta dum show, por sinal.
Durante a passagem de som, o Ricardo me chamou e começou a cantar algumas canções que fizemos juntos nos anos 80 e 90.
Cantamos juntos.
Na hora me lembrei das letras.
Caraca, como eu e o Ricardo temos canções boas, véi!!!
Modéstia às favas!!
O Ricardo propôs: "Carlão, vamos gravar um disco com essas nossas canções?"Ficamos de selecionar algumas e convidar cantores e cantoras para nos ajudarem nas gravações... achei a idéia massa.. espero que vingue.... rsrs
O Ricardo lembrou de duas canções, Fora do Tom e Viola Rouca.
Lembrei que adoro as duas.
E lembrei que Viola Rouca foi a primeira letra que fiz falando de mim.
Não gosto de fazer letras falando de mim.
98% das minhas letras não tem nada a ver com a minha realidade.
Pura ficção...
Como dizia a mulher do Lupicínio Rodrigues ( o grande), ao ver o marido explicando as letras das canções dor de cotovelo que fazia, tentando dizer que tinham a ver com sua realidade: "Tudo mentira.. Tudo mentira"...
Eu também, se falar que minhas letras são tiradas de momentos meus, podem gritar: Tudo mentira!
Mas Viola Rouca eu fiz nos anos 70 e o Ricardo musicou nos 80.
Adoro.
Posto aqui.
Agora.

Viola Rouca
Deixei que a faca me sangrasse o corpo
Deixei que o sangue se escorresse aos poucos
Saí de manso, pela porta lateral
Ninguém me viu.

Levei comigo os sonhos da cidade
A sede, a senha, o corredor da morte
Gritei seu riso falso, marginal
Ninguém ouviu.

Guardo comigo uma viola rouca
De vez em quando, ronca, por roncar
De vez em quando, louca pra cantar.

Fica comigo, minha coisa pouca
Converse mais, até o boi dormir
Depois me abrace o corpo
E cale a boca.

Vou postar também a letra de Fora de Tom.
Que amo.. ela é política... feita ainda nos tempos da ditadura militar.

Fora do Tom

É como se outra vez
a gente estivesse aqui
sofrendo do mesmo mal
que um dia se fez sentir
com medo da mesma dor
sem jeito até pra sorrir
plantando da mesma flor
negando pra não pedir
querendo morrer de amor
sem forças pra conseguir.

É como se outra vez
calar fosse muito bom
viver fosse tão menor
que a vida fora do tom
querendo soltar a voz
e a boca negando o som.

É como se outra vez
a vida acabasse aqui
e o passo estancasse assim
com medo de proseguir
e a estrada se abrisse em dez
e a gente sem decidir.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Cê pode até falar que sou brega, que num importo.
Mesmo!
Sou brega sim... não desses bregas que gostam de sertanojo, etc.
Sou desses bregas que choram vendo filmes tipo O Som do Coração.. rsrs.. num falei?
Sou brega a ponto de assistir filme e ficar anotando frases que acho massa... num falei (2)??
Exemplo: perdi o sono numa madrugada dessas. Tô nessa mania de dormir cedo e acordar no meio da madruga, e não achar o sono mais é nem...
Tava falando: perdi o sono, liguei a TV e tava passando Olga, filme brazuca, sobre a vida de Olga Benário, ex-muié do Prestes, aquele da coluna.
Não é dor na coluna, seu zé.. é da Coluna Prestes.
Ah, abra no google e descubra quem é...
Pois eu não só vi o filme, como anotei frases.. rsrs.. num falei (3)???
Pois veja as frases que anotei, faladas pela Olga, em momentos distintos da suas vida:

"Não quero mais ter forças.
Não quero mais ter coragem.
Eu tenho medo!"

"Lutei pelo justo, pelo bom, pelo melhor do mundo".

Massa né?
A primeira frase é de uma verdade que poucas pessoas têm coragem de assumir.
Em momentos de baixa, quantas pessoas não tiveram a vontade de falar isso?
"Não quero mais ter forças.
Não quero mais ter coragem.
Eu tenho medo!"

Cê pode até falar que sou brega, que num importo... rrsrs.. num falei (4)????

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Canção genial (pra variar) do José Miguel Wisnik, tomando como ponto de partida a música Meu Mundo Caiu, da Maysa.
Maysa termina com a frase "se meu mundo caiu, eu que aprenda a levantar".
Wisnik brinca e cria: "se meu mundo cair, eu que aprenda a levitar".
Eu acho isso do caralho.
E a melodia do Wisnik também é linda.
Pena que não se encontre no youtube.
Se vc entrar no site www.cpflcultura.com.br, e digitar José Miguel Wisnik, vai dar em cima de uma palestra feito pelo compositor, em que ele canta as duas canções, a dele e a da Maysa.
Eis a letra:

Se meu mundo cair
então caia devagar
não que eu queira assistir
sem saber evitar

cai por cima de mim:
quem vai se machucar
ou surfar sobre a dor
até o fim?

cola em mim até ouvir
coração no coração
o umbigo tem frio
e arrepio de sentir
o que fica pra trás
até perder o chão
ter o mundo na mão
sem ter mais
onde se segurar

se meu mundo cair
eu que aprenda a levitar

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Três poemas de amor que acho belos.
O segundo do José Lino Grünewald (procurem conhecer, senhores poetas!).
O primeiro e o terceiro, do Glauco Mattoso (esse cara, todos precisam ler.)
O terceiro é tradução do Glauco.
O primeiro poema, foi musicado pelo Arnaldo Antunes e ficou massa.
Vamos lá:

SONETO 234 CONFESSIONAL (Glauco Mattosso)
Amar, amei. Não sei se fui amado,
pois declarei amor a quem odiara
e a quem amei jamais mostrei a cara,
de medo de me ver posto de lado.

Ainda odeio quem me tem odiado:
devolvo agora aquilo que declara.
Mas quem amei não volta, e a dor não sara.
Não sobra nem a crença no passado.

Palavra voa, escrito permanece,
garante o adágio vindo do latim.
Escrito é que nem ódio, só envelhece.

Se serve de consolo, seja assim:
Amor nunca se esquece, é que nem prece.
Tomara, pois, que alguém reze por mim...


Soneto Circular (José Lino Grünewald)
Difícil responder a tal pegunta
a pergunta que o tempo eternizou
pois se alguém com alguém sempre ficou
são só dois corpos vãos que a vida junta.

O que é sonhar, cismar ou divagar
definir o que é flama, fé ou flor
são flácidas palavras sem valor
os fáceis pensamentos cor do ar.

Restaria essa inútil melopéia
de quem burila o texto e logo ri
do verbo que ser visão e idéia.

Mas neste espelho me olho e vejo a ti
e ganho o conhecer renovador.
A resposta é Você. O que é o amor?


Escribir-Te Otra Vez … – Salvador Novo (tradução: Glauco Mattoso)
Escrevo-te outra vez, vou ao correio
Beijar o selo, à beira do envelope
Teus lábios! Meu nariz, choroso, entope…
Vão dias, e a resposta inda não veio.

Teus claros olhos são, quando te leio
Tão nítidos na mente, se a galope
Me venha aquela angústia que me dope
Nas horas de saudade, meu recreio!

Ao sonho roubo o encanto de rever-te.
Me encanto, na vigília, com sonhar-te,
Temendo, no meu íntimo, perder-te.

Teu rosto penso achar em toda a parte
Amor, meu bem, é isso: ausência e flirt
Que mata e ressuscita. É sorte, ou arte.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Versão feita por um monte de bebum, na mesa dum boteco, de uma canção baiana de domínio público (acho)... a letra da canção é:

Um baiano, um coco
dois baianos, dois cocos
três baianos, uma cocada
quatro baianos, uma baianada.

A versão etílica:

One baiano, one coconut
two baianos, two coconuts
three baianos, a coconut candy
four baianos, a Bahia's citizen.

rsrsrsr.. não vale rir... rsrs

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

"Aqueles que passam por nós, não vão sós, não nos deixam sós.
Deixam um pouco de si, levam um pouco de nós."


Frase de Antoine de Saint-Exupery, o homem do Pequeno Príncipe.

sábado, 3 de outubro de 2009

Dois trechos de canções que falam muito do meu humor, hoje.
Hoje que eu falo é hoje, dia, mês, ano e hora que aparecem na postagem:


1) Tô triste, triste de não ter mais jeito
Quem foi que disse que não morre de amor?

2) A saudade é prego, parafuso
Quanto mais aperta, muito mais difícil arrancar.


A primeira é da LanLan, compositora que adoro.
A segunda, do Zeca Baleiro.

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Já que você
foi sem querer
foi sem doer
foi sem aviso
Já que você se foi,
foi preciso.

Já que o amor
é mesmo assim
meio ator
meio bandido
melhor doer
depois correr
atrás do que se foi
isso é preciso.

Já que você
vai renascer
vai esquecer
o seu silêncio
Já que você se vai
ir é preciso.

Pois o amor
volta depois
meio feliz
meio sem grilos.
Pode sorrir
pois o amor
é mesmo assim
e volta sempre
sem aviso.
Esse texto é do Bruno Nascimento, um amigo que tem um texto primoroso.
veja esse exemplo e me fala se o cara é bão ou não... hehe.


"Se for para acabar com a palavra, que seja a minha.
Apenas avise, caso o sentimento de culpa tome conta completamente de sua alma, pois o meu coração apenas deseja se embriagar de vontade... nada mais.
Receba este verso e guarde-o em algum lugar do seu corpo.
Tatue-o também no coração, para que as batidas possam ressoar sensível e imperceptivelmente nas pessoas cujo o amor torna o mundo mais colorido, e com mais vontade de vida.
Guarde-o de tal forma que não seria mais preciso palavras, para despertar novas e verdadeiras confissões.
Apenas tenha-o, e, sempre que precisar de cortejos que fazem bem a alma, alimente-se secretamente desta sensação, que neste exato momento, te beija e te toma nos braços."
Poema massa que eu ganhei do Kaio Bruno, um amigo que amo.
Achei lindo, fiquei emocionado e divido com quem tem tempo a perder lendo esse blog.


Preciso beber meu uísque
Minha dose de você

Sua deselegância é simpatia
Com a harmonia à minha cortesia

Seus oitenta por cento vividos
São trilhos à minha jovialidade

Um velhaco conquistador
E um menino sonhador.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

A primavera é quando ninguém mais espera
A primavera é quando não
A primavera é quando do escuro da terra
Acende a música da paixão
A primavera é quando ninguém mais espera
E desespera tudo em flor
A primavera é quando ninguém acredita
E ressuscita por amor


Isso é Wisnik, meu véi... um puta letrista e melodista.

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Numa aula de biologia, o professor estava falando sobre o alto teor de glicose encontrado no sêmen, quando uma caloura levantou o braço e perguntou:
- Se eu entendi bem, o senhor está dizendo que se encontra muita glicose no sêmen. Seria tanta quanto no açúcar?
- Sim - respondeu o professor.
- Então por que o gosto não é doce?
Após um silêncio de estupefação, a classe toda arrebentou numa gargalhada. A garota ficou roxa de vergonha, assim que percebeu que pergunta besta foi a sua.
A resposta do professor, entretanto, foi clássica: - O gosto não é doce porque as papilas gustativas que reconhecem o sabor doce, encontram-se na ponta da língua, e não no fundo da garganta...

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Textos do poeta marginal Charles Peixoto.
Compensa ler, se vc encontrar livros dele.
Se não encontrar livros, acho que no google sempre se pode achar coisas e coisitas.
Eu gosto dos textos desse cara...
1)
Fazendo da janela a poesia
meia noite ou meio dia
o poeta sabe que não pode cair
senão se fode.


2)
A poesia alimenta revoluções
é o vira lata esperto na mira da caça
a poesia é a criação mais barata
a situação mais delicada
o tombo mais alto
Porque os palhaços pensam que têm a cabeça de borracha.


3)
Sou o que amo + o que minto.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Hoje fui surpreendido com um presente.
O poeta Igor Santos de Matos me enviou um poema, e disse que tinha acabado de fazer para mim.
Caraca, achei lindo.
Nem sei se mereço o presente.
Mas de qualquer maneira, compartilho aqui no blog, esse belo poema.

"Hoje amanheci com um ar diferente
aquele ar que a gente sente
quando sabe que algo bom está por vir

Hoje quis brincar desde cedo
quis contar alguns segredos
eu quis mesmo me sentir

Hoje pisei o chão bem cedinho
com um coração apertadinho
e um sorriso discreto

Abri a janela e vi o céu
o sol brilhou sobre o meu véu
e eu desejei você por perto."

sexta-feira, 31 de julho de 2009

Um sujeito entra num boteco novinho, todo hi-tech, e pede uma bebidinha..
O barman é um robô, que serve um cocktail perfeito e pergunta:
- Qual é o seu QI?
O homem responde: - Uns 150.
Então o robô inicia uma conversa sobre aquecimento global, espiritualidade universal, física quântica, interdependência ambiental, teoria das cordas, nanotecnologia, e por aí afora...
O cara ficou impressionado, e resolveu testar o robô.

Saiu,.... deu uma volta e retornou ao balcão. Novamente o robô pergunta:
- Qual é o seu QI?
O homem responde:
- Deve ser uns 100.
Imediatamente o robô lhe serve um uisquinho e começa a falar, agora sobre futebol, fórmula 1, super-modelos, comidas favoritas, armas, corpo de mulher, e outros assuntos semelhantes............
O sujeito ficou abismado. Sai do bar,.... para pensar.... e resolve voltar e fazer mais um teste.

Novamente o robô lhe faz a pergunta:
- Qual é o seu QI?
O homem dá uma disfarçada e responde:
- Uns 20, eu acho!!!!!
Então o robô lhe serve uma cachaça, se inclina no balcão e diz pausadamente:

- E aí mano, e o CURINTIA ??????

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Mais notas da minha coluna Urubuservando (eita!!), na revista Hoje.


Toca Raul!!!
Em agosto, fazem 20 anos da morte de Raul Seixas.
O cantor faleceu em 21 de agosto, de 1989, aos 44 anos.
Tido como pai do rock brazuca, Raul deixou uma herança genial, digna dos grandes artistas.
Até hoje, nos shows de rock pelo País, um bordão lembra o velho baiano.
O público, quando o show está meio chato, logo grita: Toca Raul!!
É isso.



Nojo
A atriz Megan Fox disse que tem que beber muito para assistir seus filmes.
Se a moda pega, teremos dezenas de atores e atrizes vomitando dentro dos cinemas e teatros.
Rensga!



MPB
O Manifesto Movimento Música para Baixar (MPB), está rolando na net.
Os organizadores querem a “democratização da comunicação pela rede cibernética, que a conjuntura na música muda completamente”.
Ou seja: querem que as músicas sejam colocadas na net, para serem baixadas gratuitamente.
Apoio a jogada. Tá certíssimo. Os tempos são outros. Acorda, velharia!
O slogan do movimento: Um mundo acabou. Viva o mundo novo!
Tava fuçando no orkut, hoje, pra variar.
No perfil dum amigo, Gino, dei de cara com esse poema do Drummond, que não lia há muito tempo.
É um poema que gosto muito. Drummond é gênio.
Vamos a ele:

Eu te amo porque te amo,
Não precisas ser amante,
e nem sempre sabes sê-lo.
Eu te amo porque te amo.
Amor é estado de graça
e com amor não se paga.

Amor é dado de graça,
é semeado no vento,
na cachoeira, no eclipse.
Amor foge a dicionários
e a regulamentos vários.

Eu te amo porque não amo
bastante ou demais a mim.
Porque amor não se troca,
não se conjuga, nem se ama.
Porque amor é amor a nada,
feliz e forte em si mesmo.

Amor é primo da morte,
e da morte vencedor,
por mais que o matem (e matam)
a cada instante de amor.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Tava ouvindo Vuelvo al Sur, de Astor Pizzola e Fernando 'Pino' Solanas, uma canção belíssima, que foi gravada belamente pelo Caetano Veloso.
Daí, cismei e fiz uma versão... brega, né, porque eu sou brega... rsrs
Vamos a essa preciosidade.. Eita!!

Volto ao Sul
Como se volta sempre ao amor
Volto a vós
Com meu desejo, com meu temor

Chego ao Sul
Como o destino de um coração
Sou do Sul
Como os acordes do bandoneon

Sonho o Sul
Imensa lua, céu, grande céu
Busco o Sul
O tempo aberto e seus pincéis

Quero o Sul
Suas pessoas, sua dignidade
Sinto o Sul
Como o teu corpo na intimidade

Volto ao Sul
Chego ao Sul
Te quero

quinta-feira, 2 de julho de 2009

O papo, agora, dos descolados, é a decisão da Justiça, tirando o poder do diploma de Jornalista.
Eu achei a decisão justa.
Diploma não quer dizer saber escrever, ter talento para elaborar um bom texto, etc, etc, etc.
Tive contatos com dezenas de jornalistas diplomados ou não e o nível de analfabetismo é o mesmo para os dois lados.
Bem como o nível de gente que tem talento. O mesmo.
Os diplomados se destacam, porque as redações eram obrigadas a só contratar os com diploma.
Agora, sem essa obrigação burra, se as redações não cederem à pressão do, hoje, inútil sindicato dos jornalistas, os sem diploma terão a mesma chance de mostrarem a cara.
Eu acho que jornalista é aquele que tem estilo.
Aquele que a gente lê seu texto e fala: esse é do fulano.
Cansei de ser podado por editores sem nenhum talento e texto, que diziam que meu texto era muito pessoal. Por “pessoal”, leia-se estilo.
Tiraram do ar uma coluna que eu escrevia, simplesmente porque o público respondia bem e a coluna era sucesso.
Explicação para o fim da coluna: vc escreve no caderno de Televisão e nós queremos uma coluna de fofoca.
Minha coluna era de besteirol, essa coisa antiga que o Zé Simão faz na Folha; que o Fausto Wolff fazia no Pasquim; que o Stanislaw Ponte Preta fazia na Última Hora.
O motivo real era um só: o meu estilo incomodava os com diploma, mas sem estilo algum.
Como já disse, achei a decisão justa.
Essa é uma discussão estéril que ainda vai render muito bate-boca.
Mesmo porque os descolados adoram ir para botecos (eu adoro tbem.. rsrs), conversar fiado e tentar salvar o mundo.
Mas no final das contas, tudo vai se assentar e, tanto os com quanto os sem diploma poderão se sentar à mesma mesa, ao modelo dos discípulos do cristo (aquele).
Digo mais: se sentarão na mesma mesa, os que tiverem talento e bom texto.
Os outros, com ou sem diploma, continuarão a fazer bicos e concursos pra não fazer nada.

terça-feira, 30 de junho de 2009

Tenho uma coluna chamada Urubuservando (rsrsr), na revista mensal Hoje, que circula em Goiás e no Tocantins.
Coluna besteirol, que mistura política, cultura, cidades, etc, etc, etc...
Vou postar algumas notas da coluna aqui, até como forma de postar mais coisas, já que ando numa falta de assunto desgraçada.


Sexo seguro
Após exaustivos estudos, pesquisadores de várias partes do mundo revelaram que, depois de fazer sexo, 10% dos homens se viram para o lado direito, 10% se viram para o lado esquerdo e os 80% restantes se viram para chegar em casa antes que a patroa perceba.
Pode?



Pílula do amor
Cientista de Atlanta (EUA) diz que está inventando a pílula do amor.
O peão fala que seu invento pode ajudar a salvar casamentos, no futuro.
Sua relação tá a perigo?
Tome um comprimido, inale alguma coisa, engula umas gotas e, pronto, tudo se resolve.
A poção do amor está sendo pesquisada a partir da substância ocitocina.
Se a gente depender desse nominho feio, continuaremos na DR de sempre.
Ou seja, Discutindo Relação.



Mancha
Frase ouvida num shopping pink da city:
“Fumar é melhor que dar a bunda.
Porque fumar só mancha o pulmão.
E dar a bunda mancha a família inteira”.
Ui!!!

segunda-feira, 22 de junho de 2009

www.myspace.com/carlosbrandao

terça-feira, 16 de junho de 2009

Poema que o Camille Adorno fez para mim e publicou num livro.
Ele usou essa imagem das sementes e da terra embaixo das unhas, porque, um dia, a gente conversando, eu confessei para ele que o meu sonho é ser jardineiro.
E esse, realmente, é o meu sonho.
Acho esse lance de ser jardineiro, a melhor profissão do mundo.
Minha mãe já falava: esse menino tem a mão boa para plantar. Tudo que ele planta, pega.
Olhaí o poema:

O Brandão
traz nos bolsos
sementes
- e debaixo de suas unhas
ainda é primavera.
Poema feito em 23/abril/1998, num dia que eu tava dirigindo o Projeto Pixinguinha.
Fiz pro Orlando Villas Boas, um cara que acho um dos melhores brasileiros que conheci.

Eu sou da tribo do Orlando
sou um índio Villas Boas
solto no meio do mundo.
Abrir picadas, eu sei.
Estradas? Deixa comigo!
Futuro? Dou a receita.

Eu sou da tribo, malandro,
sou um índio vida boa
doido pra ganhar o mundo.
Contar histórias eu sei.
Memórias de um tempo antigo.
Tempo de pegar maleita.

Eu sou da tribo, não nego,
nêgo velho dos caminhos,
feito um deus vagabundo.
Eu sou da tribo e carrego
mochilas, manhas, malocas.
Meu destino é o fim do mundo.

sexta-feira, 12 de junho de 2009

De vez em quando, posto aqui, poemas do Edival Lourenço.
Cê pode até falar: aô, véi puxa saco do Edival!
Mas né isso não... é que existem tão poucos bons poetas em Goiás, que fica difícil achar bons poemas.
O Marcos Caiado, outro bom, tem site e tem link aqui no Tire o dedo.
Prometo postar alguma coisa do Edmar Guimarães, outro fera da poesia local. Prometo!
Por enquanto, Edival e seu saindo do forno, Hipocondríaco:

"Alérgico à própria alergia
mas alegre por ser alérgico
o hipocondríaco é o avesso
do próprio avesso já inverso
nesse prolixo paradoxo
vive em busca da moléstia
(febre, tosse, incômodo ósseo,
diarréia, gases das peste,
dor migratória, ingua ou bócio)
pro remédio que ele já tem;
sonha sempre com um mal
que possa vir para o bem
mas com efeito colateral
que lhe possa fazer refém
de um desmaio catafórico
ou de um choque anafilático
e por fim sentir-se eufórico
em pleno estado sorumbático."


E já que estamos falando do Edival, que tal esse "Agricultor de estrelas"?

Movido a sonhos e palavras
esse é o meu tratorzinho
e seu arado de metáforas.

Com ele aro rios e mares
cordilheiras e pradarias
aro as noites de luar
e também o raiar do dia.

Aro eiras e beiras
faço com ele um escarcéu
aros abismos e horizontes
depois subo arando o céu
levantando azul poeira
no preparo da vastidão
para o cultivo de estrelas."

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Duas historinhas brasileiras, pra se pensar.
A primeira foi contada pelo repórter Renato Queiroz, do O Popular, meu grande amigo.
A segunda eu ouvi da boca do cantor Zazá, o cara que inventou Zezé de Camargo.
Divirtam-se!

1) Do site oficial da Luciele Camargo: "Ao nascer, recebi o nome Maria Lucier Camargo. Minha mãe queria que fosse Maria Luciele... mas na hora de registrar meu pai falou errado e aí ficou Lucier, porém sempre fui chamada carinhosamente de Ciele."

2) Segundo Zazá, ex-parceiro de Zezé de Camargo, eles cantavam juntos e não tinha um nome pra dupla. Ele conta: "Daí, eu peguei uma cartilha do grupo escolar e vi lá: zazá, zezé, zizi, zozó e zuzu... na hora falei: cara, isso dá nome de dupla. Nasceu assim Zazá e Zezé e, depois, Zezé de Camargo, em carreira solo”.

E depois ainda falam do nível educacional do povo brazuca.
Com ídolos como esses, vocês querem o que?
Como diz o músico e poeta Reny Cruvinel: no Brasil, a educação tá na hora do recreio".
É o caso.

terça-feira, 9 de junho de 2009

Eu tinha um myspace, mas ele num postava canções.
Daí abri um onde posso colocar músicas ruins.
Quem tiver tempo sobrando:
www.myspace.com/479361957

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Tem um determinado estilo de compositor/cantor no Brasil, que chamam de cantadores.
Pelo menos eu acho que é isso.
São artistas que traçam o mesmo caminho do Elomar.
E que, eu acho, vieram lá do Vandré.
Mas eu não tava querendo falar de cantador.
Tô falando é do Vandré, um artista cuja obra me emociona, me deixa passado.
Acabo de viajar no youtube, em diversas canções do cara e toda vez que faço isso, piro.
Como é que um País sem vergonha desses pode deixar de lado a obra desse caboclo?
Canções como Ladainha, Porta estandarte, Aroeira, Pequeno concerto que ficou canção, Canção nordestina, Das terras de benvirá e dezenas de outras, sem citar as conhecidíssimas, são obras primas da canção mundial.
Não dá pra um povo seguir seu caminho em direção ao futuro, deixando para trás, pessoas que ajudaram na construção do país.
Vandré tá ficando pra trás, ou já ficou pra trás definitivamente?
Tom Zé, por muito pouco, não acabou sua vida como gerente de posto de gasolina em Irará, na Bahia.
Esse Brasil, é ou não, um País que trata muito mal seus bons artistas?
Enquanto lambe o rabo do Zezé de Camargo, deixa Vandré no limbo.
Será que a obra do Vandré não interessa a nenhum selo?
Será que o Brasil de hoje pode ficar privado de suas canções?
Ou será que o cantor não quer mais papo?
Sei lá, dom.. sei lá!
“O amor que tu me tinhas
eu roubei pra me salvar
toda hora que a danada da saudade me pegar”.

terça-feira, 2 de junho de 2009

Preocupado com esse blog...
Tenho tradição em criar blog, me empolgar, escrevendo quase que diariamente e, depois, ir abandonando o lance devagar...
O nome desse fenômeno? Preguiça!
Sim, meu véi, sou preguiçoso e assumo isso.
Tem muito neguin que faz como eu: cria o diabo do blog e vai ficando com preguiça de postar diretão.
É ou não é, dom? Fala a verdade!
Eu falo que tô preocupado, mas nem tanto...
Sei que, mais dia, menos dia, pinta um papo furado novo e olha lá eu cheio de graça.
Quando eu der aquela sumida básica, pode saber: a preguiça bateu forte, mas não matou o véi.
E ele volta assim que a coragem voltar.
Chega de papo, porque hoje não tô dos mais corajoso... rsrs

sexta-feira, 22 de maio de 2009

"O mundo da sombra, caverna escondida
Onde a luz da vida foi quase apagada
O mundo da sombra, região do escuro
Do coração duro, da alma abalada, abalada
Hoje eu canto a balada do lado sem luz..."

Trecho da letra de Balada do Lado sem luz, do Gil, canção gravada pela Bethânia, acho que nos anos 80.
Gosto desse trocadilho do Gil, misturando abalada com balada...
Gosto de trocadilhos bem feitos.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Achei essa piada maldosa, mas como um amigo enviou e pediu divulgação, divulgo.
O Lula, hoje, é unanimidade.
Não gosto de unanimidades.
Mas respeito quem tem a trajetória que o cara tem.
Tá que ele é mais esperto que muito político profissional, desses que sujam a cena política brazuca.
Mas ninguém pode negar que o Lula conquistou espaços importantes e entrou pra história como um político sagaz.
Não votei nele e não votarei nunca.
Aliás, votei no Lula somente uma vez: quando ele disputou com o Collor.
Não gosto do seu jeito de fazer política e nem gosto dos seus companheiros, um bando de esquerdinhas doidos para se locupletarem.
Além disso, o Lula se aliou ao que há de pior na política brasileira e vocês sabem de quem eu tô falando.
Mas eu falava da piada que um amigo me enviou e pediu divulgação.
Divulgo:

Enquanto isso no congresso internacional de medicina...
O médico alemão diz: Na Alemanha, fazemos transplantes de dedo. Em 4 semanas o paciente está procurando emprego.
O médico espanhol afirma: A medicina espanhola é tão avançada que conseguimos fazer um transplante de cérebro. Em 6 semanas o paciente está procurando emprego.
O médico russo diz: Fazemos um transplante de peito. Em 1 semana o camarada pode procurar emprego.
O médico grego disse: Temos um trabalho de recuperação de bêbados. Em 15 dias o indivíduo pode procurar emprego.
O médico brasileiro diz orgulhoso: Isso não é nada! No Brasil, nós pegamos um cara sem dedo, sem cérebro, sem peito e chegado a uma pinga, colocamos na presidência da república e agora o país inteiro está procurando emprego.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Uma historinha que vale a pena contar.
Sempre posto no blog, algumas letras que faço, sem melodias.
E, em 70% dos casos, um parceiro que mora na França, Flávio Dell'Isola, lê o diabo da letra lá na terra dele e cisma de fazer a música.
E não é que sai cada coisa massa?
Flavin tá com uma proposta de uma produtora lá de Paris (cida de Goiânia), para fazer um CD com nossas canções, numa levada meio eletrônica.
E algumas das canções que temos feito via blog, têm ficado bacanas e vão parar nesse disco.
Isso é: se o Flávio bater o martelo com a tal produtora.
Essa é mais uma letra sem dono, Flavin....
Se quiser, se aposse... rsrsr



Nesse verão
não se esqueça de mim
não meta os pés pelas mãos
não chegue perto do fim.

Nesse verão
faça silêncio total
cuide que brilhe a manhã
nada será desigual.

Nesse verão
não deixe nunca de rir
até que outra estação
venha pra nos desunir.
Quem vem lá
com jeito de moleque?
O sonho dele
é de papel crepom e prata
Só tá faltando um beijo na boca
No fundo é uma estrela
no fundo é uma estrada
no fundo é um coração sozinho.

Vem de lá
com cara de
palhaço
O circo dele
é só um céu de lua clara
Às vezes ri de quem não tem dente na boca
No fundo é uma criança
no fundo é sem futuro
no fundo somos nós sozinhos.

Essa é uma letra que fiz para uma canção do compadre Gustavo Veiga.
A letra ficou meia boca e por isso ainda não tá valendo.
Postei aqui como rascunho, no caso de alguém quiser participar com sugestões, pra ver se a gente termina essa bagaça.

Acho massa esse texto do Drummond:


"Quem teve a idéia de cortar o tempo em fatias, a que se deu o nome de ano, foi um indivíduo genial.

Industrializou a esperança, fazendo-a funcionar no limite da exaustão.
Doze meses dá para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos.
Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez, com outro número e outra vontade de acreditar, que daqui para diante vai ser diferente."

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Trecho da letra de uma samba antigo pra caralho, que posto para reflexão sobre o momento de discussão e crise no Centro Cultural Martim Cererê.
A idéia é expulsar os camisas pretas de lá, como se eles fossem criminosos.
Uma carta boba, preconceituosa e totalmente fora do mundo, escrita pelo teatrólogo Marcos Fayad, foi o estopim da discussão.
A pressão da diretora do espaço sobre o produtor da 5ª Ativa, para que ele deixasse o Martim, mostrou que as madames não querem os camisas pretas por lá.
O Pedro Cambaleado foi multado porque fumaram dentro do Yguá, durante uma 5ª Ativa.
E a 5ª Ativa acabou cedendo às pressões altamente imbecis e o evento deixa de ser realizado no Martim.
Pode?
A música se chama Pra que discutir com madame, e é de Haroldo Barbosa e Janet de Almeida.
Saquem como a letra cai como luva nessa discussão estéril e imbecil.

Madame diz que a raça não melhora
Que a vida piora por causa do samba,
Madame diz o que samba tem pecado
Que o samba é coitado e devia acabar,
Madame diz que o samba tem cachaça,
mistura de raça, mistura de cor,
Madame diz que o samba democrata,
é música barata sem nenhum valor,
Vamos acabar com o samba,
madame não gosta que ninguém sambe
Vive dizendo que samba é vexame
Pra que discutir com madame.

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Faço assessoria de imprensa para a R&F Editora, de Goiânia.
E na Bienal, a editora lançou uma série de livros.
Entre eles, O Derradeiro Jó, de Carlos Nejar.
Não vou ficar explicando quem é Nejar.
Quer saber, entre no google e busque.
Numa entrevista ao jornal Opção, anotei algumas frases do Nejar, que achei massa. Saque:

"Eu tô começando a ser criança. A gente só consegue ser criança depois que fica velho".

" Você me pergunta: tal pessoa é poeta? Respondo: veja se ela consegue fazer as palavras voarem. Porque poeta é aquele que consegue fazer as palavras voarem".

"Se eu conseguisse conceituar deus, eu seria deus".

quinta-feira, 30 de abril de 2009

Tô aqui ouvindo Cat Stevens.
Acho esse cara do caralho!
Gosto desses artistas que, no auge do sucesso, largam tudo pra se aventurarem por caminhos outros, nada a ver.
Stevens virou muçulmano e privou a gente da sua arte.
Artista é assim mesmo.. vai lá a gente tentar entender a cabeça dos caras.
Outro dia, no Martim Cererê, eu e Dom Diego de Moraes falamos sobre isso.
Falamos que existem artistas que conseguem segurar a onda, segurar a cabeça e conviver com sua loucura e com a loucura do mundo externo.
E falamos que existem também artistas que não conseguem administrar sequer a sua loucura.
Esse são frágeis e merecem atenção, pois correm o risco de enlouquecer num vapt vupt.
Eu e Dieguito conversando não pode haver coisa mais maluca.
Não somos exemplos de sanidade.
Sabemos disso.
Mas insistimos.
Tô aqui, ouvindo Cat Stevens e lembrando da sanidade do Dom Diego.
Saúde, moleque!

quarta-feira, 15 de abril de 2009

"Se cada dia cai,
dentro de cada noite,
há um poço onde a claridade está presa.
Há que sentar-se na beira
do poço da sombra
e pescar luz caída
com paciência"

Li esse texto no orkut dum amigo, achei massa e roubei.
É do Pablo Neruda, que tem muita coisa boa e muita coisa chata.
Essa é boa.

terça-feira, 14 de abril de 2009

Um amigo e parceiro de músicas e loucuras, Silas Rodrigues, puta guitarrista goiano/carioca, musicou essa letra que posto abaixo.
O massa é que essa letra tem uma história.
Geralmente, minhas letras não tem história alguma, nenhum vínculo com a realidade, com fatos acontecidos, ou coisas assim.
Faço letras fazendo letras.
Nada mais.
Também não é espiritismo, inspiração, transpiração, esses papos tortos de gente metida a querer explicar o que não precisa de explicação.
Faço letras e pronto!
Mas como eu dizia, essa letra tem uma história.
Um amigo que não vejo há uns cinco anos, tava desempregado e cismou de comprar cigarros no Paraguai e vender no Brasil.
Levou 5 mil reais e foi.
Chegou lá, conheceu uma morena e gastou com ela, R$ 4.500,00. rsrsr
Quando viu a cagada que tinha feito, teve uma idéia luminosa: comprar os 500 paus que sobraram, de maconha e, no Brasil fazer os 500 virarem algo em torno de 5 mil.
Foi pra boca comprar o fumo.
O diabo é que nesse justo dia, a polícia local tava informada de uma grande operação por parte dos traficantes.
Resultado: a polícia caiu matando, o meu amigo foi confundido com a quadrilha de “perigosos” traficantes (eita!), levou alguns tiros e, teimoso que só ele, ficou caído no chão, perdendo sangue, durante horas.
Quando foi encontrado, quase morto, foi parar no hospital e, depois de lá, pra cadeia.
Como tava com o corpo todo enfaixado por causa dos curativos nos locais das balas, ele não conseguia alcançar, quando era entregue a ele, a marmita com o rango de todo dia na prisão.
Sem saber falar a língua dos caras e cheio de gíria, esse meu amigo (um dos caras mais adoráveis que conheço), só sabia dizer, pedindo para o outro preso ou para o carcereiro esticar o braço para ele conseguir pegar o prato de rango.
Ele falava: estica, mano, estica!
E não é de ver que essa frase virou um bordão entre os presos da cadeia de Pedro Juan Cabalero?
Todos, presos e policiais, passaram a usar o bordão: estica, mano, estica!
Daí, quando ele voltou pro Brasil, pra Goiânia, e me contou a história, fiz essa letra em homenagem a esse amigo.
O diabo é que ele sumiu logo depois e nunca mais o vi.
Quer dizer: essa música, um estranho rap metal, ficou massa e o dono da letra nem sabe que ela existe.
Não sei se tem jeito de postar a canção aqui.
Vou ver se tem.
Se tiver, posto, na voz do Silas Rodrigues.
Por enquanto, vai só a letra de “Estica, mano!”


Ninguém me manda
ninguém me muda
ninguém me toca a mão
Ninguém me sabe
ninguém me usa
ninguém, meu coração
Se a vida rola
deixo de rolo
eu sou meu avião
Ninguém me saca
e o meu revólver
não é pra qualquer mão.

Ninguém me engana
ninguém me estranha,
estranha pretensão
Ninguém me olha
me vê na fita
soldado de plantão
Uma cidade
duas saudades
eu vou na contramão
Uma cilada
dois alvos fáceis
estica meu irmão!

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Deus carinhoso

Um ponto qualquer no infinito
um deus carinhoso mora lá
seu rosto me faz mais bonito
o deus da certeza, o que é que há?

O dono da estrela, um menino,
namora a princesa de lá
os outros são índios, ciganos...
ninguém mais precisa sonhar.

Passei algum tempo na estrela
um ponto qualquer no infinito
comi da comida de lá
ganhei alguns anos de vida
fiquei muito mais meu amigo
por pouco aprendi a voar.
Poleiro

O mundo, algumas vezes, me espreme:
me sinto o catchup, a maionese...
depois me vingo e, aí, a terra treme.

O mundo algumas vezes me machuca
me sinto a canela do zagueiro
(mas sei que a vida é uma nega maluca).

O mundo vai sempre esse barato,
pequeno, meu amigo, mas exato,
aldeia, sim senhor, mas quem me dera.

O mundo vai sempre esse poleiro
pedaços do que deve ser inteiro
ternura de quem dorme com uma fera.

sexta-feira, 27 de março de 2009

Eu tava lendo Waly Salomão e cometi essa porcaria, que chamei de "A saudade é logo Waly".
Daí, veio o Flávio Dell'Isola, meu parceiro que mora na França e cometeu a melodia.
E não é de ver que ficou uma canção até massa?

A saudade é uma coisa canalha
absolutamente palha
a saudade é.
Waly propôs banir a saudade dos dicionários...
"a saudade é uma palavra".

Mas quando essa palavra bate no meu peito
fico doente, morena
doente eu tô.
Waly propôs "fugir para o futuro"...
Mas, ora bolas, a saudade, agora, em mim,
é só essa realidade canalha
absolutamente palha
absurdamente má.
Postei esse poema num outro blog. Mas acho que ele merece todos os espaços, por sua beleza e simplicidade. O autor é o poeta (um dos melhores de Goiás), Edival Lourenço, um poeta e tanto. Chama-se Sonho de Celebridade. Eis:


O que mais posso
querer nesta hora
senão que me ocorra
uma desgraça?

Não uma desgraça
sem graça
mas uma desgraça
espetacular
que possa encantar
a mídia e pôr
minha imagem
desgraçada
no ar!

nunca sei ao certo
se sou um menino de dúvidas
ou um homem de fé

certezas o vento leva
só dúvidas ficam de pé

... pra variar, Paulo Leminski.. rsrsr

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Logo que o Cazuza morreu, eu, Pio Vargas e o Padre César, organizamos uma solenidade na igreja Ateneu Dom Bosco. Na verdade, foi uma missa rezada pelo César. No meio da reza, os artistas entravam e cantavam canções do Cazuza, enquanto poetas disparavam seus poemas.
Me lembro que cantei "quando a gente conversa/ contando casos, besteiras"...
Na época, fiz o poema "Metralhadora cheia", uma homenagem ao Cazuza.
Não sei por que, não falei o poema na tal missa.
Achei o texto, outro dia, e corri para publicá-lo aqui.
Aviso: é muito ruim.
Mas tá valendo.... veja aí:


Cazuzo com você
me caso a hora que você quiser
não faço conta das coisas
do tempo
da mágoa da tua metralhadora cheia.

Cazuzo com você
habito seu casulo
me acho tão estranho sem você
sem remédio
sem o toque mágico
bonito, do teu beijo.

Cazuzo com você
convivo com a sua ideologia
entendo os seus dias de exageros
Cazuzo com você, belo menino
a vida é louca e a gente é mais ainda
queria ter você, pura inocência...
a gente ainda se vê: a vida é breve.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Encabulado

Me encabula
o vazio silencioso das cabeças
os faróis perdidos
e as pessoas nunca mais encontradas.

Me encabulam
essas luzes pela rua das cidades
as sombras noturnas e diurnas
sempre tão confinadas.

Me encabula
os desencontros dos olhares desejosos
receosos de se darem
se encontrarem por aí.

Me encabula
esse oco dessas bocas tão caladas
esses olhos tão cansados
esse jeito de dormir.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Um poema que fiz há uns 25 anos, em homenagem à minha cidade, Mossâmedes, e ao meu pai, Zu Brandão, que foi prefeito e amava, como poucos, aquela cidade.
Mossâmedes, no começo, em 1772 (eu acho), foi chamada de Aldeia de São José de Mossâmedes.
Aldeia, porque o povoado foi criado para abrigar índios catequisados.
No poema, faço uma pergunta que deve ser feita à várias pequenas cidades: o que é melhor? Viver e morrer aldeia, cidade pequena? Ou crescer, ser maior, correr atrás do "progresso"?
E fecho com uma frase de dupla interpretação:
1) compensa lutar até Aldeia.
2) compensa lutar até... Aldeia.



Aldeia de São José, pra sempre
alheia ao que você é, Aldeia
se as cores que a vida quer, demora
periga perder o mel, abelha.


Serra Dourada
adorada terra
custa falar de amor?
De seu nascente
poente e lua
custa cantar, cantor?
Moça, me diz
Mossâmedes
terra, o que é melhor:
viver aldeia
morrer aldeia
ou crescer, ser maior?


Estrela da minha fé, me guia
Estrada onde ponho o pé, clareia
se o canto que a vida quer, demora,
compensa lutar até
Aldeia.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Cenário (em parceria com Pio Vargas)

Quase nada me separo
e se paro
é por andar
Quase sempre me evaporo
pela fresta
do olhar.


Por aí
pelos atalhos
meu comboio e agonia
Meu caminho é sempre vário
Minha fuga não varia.


Meus domingos, meus projetos
esse rosto, essa barba
e o cenário por montar
Na boca do abandono
nem legumes, nem palavras
meu papel é navegar.
Solidão S/A

Janelas de bus
garotos da rabeira
a vida vale um nada
avenida anhanguera.
Quem chama a polícia?
Quem viu o ladrão?
Quem ama, quem sonha?
Multisolidão.


Janelas demais
meninos de alma verde
a vida vale a vida
água de cachoeira.
Quem planta a delícia?
Quem colhe o sertão?
Quem ama, quem ama,
vasto coração?

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Eu gosto de gente assim
e tenho medo.
Eu corro de gente assim
não é segredo.
Eu chamo por gente assim
e, às vezes, cedo,
manheço com gente assim.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Mágico chinês (Ao poeta Rubens Rodrigues Torres Filho)

Até os bofes acabaram
até as bibas penduraram as chuteiras
Até os bobos debandaram
até os loucos se cansaram das bandeiras.

Até as pulgas se mataram
e os cinemas se fecharam para os dramas
E os cantores se calaram
canções sem dono criam asas e escamas -.

Até os peixes se afogaram
como se tudo começasse outra vez.
E no silêncio da avenida, um bar, de porre:
Abra! Bradava, feito um mágico chinês.

sábado, 24 de janeiro de 2009

Sutilezas (para o Márcio Garcês)
Todos são
todavia não.
Sutilezas sim
pensamentos sim
pensamentos não.

Todos não
toda a vida sim
feito um circo assim
de palhaços não
de palhaços sim.

Todos são!

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

O pio da coruja (Para o Pio Vargas)

Assim na terra como no seu
no meu desejo de amigo
o nosso amor virando manha.

Assim nos olhos como no sexo
o meu desejo é um perigo
o nosso amor virando manhã.

No seu espaço a gente dorme
no meu, estrelas amanhecem
o nosso hotel de todo dia.

Assim no sol como na terra
o nosso amor é uma barra
a nossa farra e ferrovia.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Andava meio só
ligado em canções subversivas
perdido em meu urbano
meu humano
meu amigo
a vida, vez em quando, dá um nó
nos gritos de loucura e de perigo.

Andei meio anormal
perdido em funções subjetivas
um raro animal em sua jaula
é só saudades
dos tempos de andar solto nas florestas
dos índios nus e bichos da floresta.

Andei meio sem sal
odiando pessoas, sem sentido
querer viver é tudo: bem e mal
querer morrer é o medo do inimigo.
Meu tempo agora é um som hard core
meu trash metal já morou contigo.

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Em novembro de 1979, meu primeiro filho se preparava pra nascer.
Um problema de última hora e ele nasceu morto, frustrando tudo que eu, minha esposa e familiares havíamos sonhado.
Pedro, era o nome do moleque.
No atestado de óbito, em vez do nome, colocaram “nati-morto”.
Naquela noite, ainda no hospital, escrevi textos duros, doídos, pra tentar escapar da morte do meu Pedro, pra escapar do choro, pra escapar da mágoa. Em vão.
No outro dia, pela manhã, fiz questão de ir ao Cemitério Parque de Goiânia, cuidar do enterro.
Hoje, 15 de janeiro de 2009, 30 anos depois, eu encontrei os textos que escrevi no hospital.
Sim, meu Pedro, se estivesse vivo, faria 30 anos.
Um envelope amarelado saltou hoje, na minha frente, do nada, na estante da minha sala de trabalho.
São textos duros. Li e chorei como se tudo fosse agora.
Publico cinco textos aqui no meu blog, não como uma coisa mórbida.
Nada disso, embora possa parecer.
Publico como homenagem ao meu filho Pedro, no ano em que ele completaria 30 anos.
Publico como se eu falasse “tô com saudades”, como se dissesse “eu te amo pra sempre”.

Texto 1
Não foi possível que a gente se conhecesse
não foi possível que a gente ficasse amigos
não foi possível que a gente se abraçasse
se entendesse, se gostasse e se dissesse: eu te amo!

Não foi possível que a gente se oferecesse
Não foi possível que a gente se namorasse
Não foi possível que a gente se encontrasse
olhos nos olhos, se olhasse
e se dissesse: eu te amo!

Não foi possível que a gente se beijasse
com todo amor que a gente beija quem se ama
Só foi possível que a gente se despedisse
se desse adeus e chorasse
e nem dissesse: eu te amo!


Texto 2
Aquário,
faltou água pro seu peixe
faltou fôlego, aquário
faltou ar e faltou água.

Seu peixe ficou só no rio seco,
entre as paredes de vidro
quis se debater, aquário
pediu água e lhe faltou.

Quem dera, não faltasse nunca água
pra esses peixes de aquário.
Quem dera eu fosse falsário
pra reinventar a vida
desses peixes sem aquário.


Texto 3
Taí, tô só, seu moleque,
do jeito que eu não queria.
Que a gente lhe esperava...
... também ficou só, Maria.

Taí, tô só, sem palavras,
de tanta mágoa, de tanta
coisa mal feita e imposta,
de tanto nó na garganta.

Pois é, moleque, e agora?
Você pôs o pé na estrada
e a gente ficou sem dono
e a gente ficou sem nada.

Tô magoado, moleque,
tô carregado de mágoa,
tô feito você na bolsa:
sozinho, sem ar, sem água.


Texto 4
Vida sobre pedras,
sobre águas, sobre rios,
sobre serras, sobre corpos,
sobre todos, sobre tudo:
Pedro!

Riso sobre bocas,
sobre olhos, sobre rostos,
sobre passos, sobre cantos,
sobretudo sobre sonhos:
Pedro!!

Hoje, sobressalto,
sob horas, sob choros
sob medos, sob caras,
sob gritos, sob mágoas,
sobre pedras, sob terra:
Pedro!!!


Texto 5
Nati-morto, te chamaram.
Mas eu te chamo de Pedro
Mas eu te chamo de filho
Mas eu te chamo de meu.

Nati-morto ou nati-merda
não dizem a mágoa da gente
não pagam o sonho daquilo
que um dia se quis semente.