sexta-feira, 12 de junho de 2009

De vez em quando, posto aqui, poemas do Edival Lourenço.
Cê pode até falar: aô, véi puxa saco do Edival!
Mas né isso não... é que existem tão poucos bons poetas em Goiás, que fica difícil achar bons poemas.
O Marcos Caiado, outro bom, tem site e tem link aqui no Tire o dedo.
Prometo postar alguma coisa do Edmar Guimarães, outro fera da poesia local. Prometo!
Por enquanto, Edival e seu saindo do forno, Hipocondríaco:

"Alérgico à própria alergia
mas alegre por ser alérgico
o hipocondríaco é o avesso
do próprio avesso já inverso
nesse prolixo paradoxo
vive em busca da moléstia
(febre, tosse, incômodo ósseo,
diarréia, gases das peste,
dor migratória, ingua ou bócio)
pro remédio que ele já tem;
sonha sempre com um mal
que possa vir para o bem
mas com efeito colateral
que lhe possa fazer refém
de um desmaio catafórico
ou de um choque anafilático
e por fim sentir-se eufórico
em pleno estado sorumbático."


E já que estamos falando do Edival, que tal esse "Agricultor de estrelas"?

Movido a sonhos e palavras
esse é o meu tratorzinho
e seu arado de metáforas.

Com ele aro rios e mares
cordilheiras e pradarias
aro as noites de luar
e também o raiar do dia.

Aro eiras e beiras
faço com ele um escarcéu
aros abismos e horizontes
depois subo arando o céu
levantando azul poeira
no preparo da vastidão
para o cultivo de estrelas."