quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Eu fiz "Uma Canção" com o Flávio Dell'Isola.
Já postei aqui, acho que em setembro.
Agora fiz "Outra Canção", com o Fernando Perillo.
Eu sou o rei das canções.. rsrsr



Outra Canção
Nosso tempo é de amantes
duas vidas e, a vida,
é o que a gente merece.

Nós pisando as estradas
e os sorrisos se abrindo
como quem nos conhece.

Nós, cansados, paramos,
um abraço nos damos
(deus inventa uma prece):
seu olhar puro sono
seu olhar dorminhoco
seu olhar adormece.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Que medo!!! (se possível, samba)

Eu vi o saci na poeira
cabreira ficou a cidade
com medo do moço negrinho
sem perna
de gorro vermelho
que medo!

Eu vi a mula sem cabeça
avessa cabaça, cabrocha
silêncio, que o mundo se acaba
da mula maluca, malandra, malvada
Que medo!!

Eu vi o fantasma da ópera
tenores tremiam seus dedos
carreras, plácido, pavarotti
vibratos, soluços, gagueiras
Que medo!!!
Que medo!!!
Dois ratos

Camundongos de laboratório
nós dois na pior das paradas
testados, torturas, polícias
nos dois no pior dos silêncios.

Dois ratos no cio, fugindo,
querendo gozar, mas com medo
com pedro, com pedras, contudo
nós dois no pior dos degredos.

Dois ratos
dois atos
dois mundos
no fundo, o mundo é sujeira
Dois ratos
dois fatos
profundos
no fundo o mundo é besteira.
Tem um tempo aí, que o Dênio de Paula me pediu um texto para ser publicado no encarte do CD Radiografia, disco que traria uma coletânea de novos (???) artistas locais.
Fiz o barato e enviei ao Dênio. Para escrever o texto, me vali de um CD que o produtor me enviou, gravado no estúdio Tambor. Uma demo.
Agora, estou vendo na net, a divulgação de lançamento da tal Radiografia e fiquei feliz por ver no CD, gente que admiro pra caralho e de quem sou fã incondicional.
Tem muita coisa bacana no álbum e penso que o Dênio foi feliz nessa idéia e na seleção dos artistas.
Pretocorespreto me surpreendeu. A banda do meu amigo Zé (que na época do Martim era um moleque.. rsrs), tá massa. O vocalista tem uma voz interessante.
Ton Só eu nem falo, porque acho esse garoto uma das melhores novidades sonoras dessa terra. Eu falo sempre que a Monstro ou a Fósforo precisam "descobrir" o Ton, assim como demoraram a descobrir Diego de Moares.
Diego de Moares e Kleuber Garcês criaram a Pó de Ser. E o Dênio deu trela. Sou puxa-saco dos 2. Nem precisa falar nada.
Gustavo de Carvalho é, para mim, um artista pronto. Falo isso desde os tempos da banda Funbox, que tinha o Gustavinho como vocalista. Acho esse moleque uma das melhores presenças de palco disso que chamam  rock feito em Goiás. Além da presença, canta e compõe pra caralho. Se eu fosse produtor, já tava com esse cara no meu cast, há tempos. A canção que o Gustavo mostra nessa Radiografia, se lançada comercialmente, tem chances de rodar pra caralho por aí. Falta um clip bem feito com essa canção, pra jogar no youtube.
Tem mais gente: Space Truck, Super Super, Balta, Zé Teles, etc, etc, etc.
Tem até o "tio" Tonzêra e o tio Dênio, no meio da molecada.
Radiografia é, com certeza, uma das melhores sacadas fonográficas de Goiás.
Tá na hora da gente aprender a ouvir, além dos velhos e consagrados artistas, essas caras novas interessantes  e donas de um trabalho no mínimo instigante.
Os "moleques" de Gyn mostram, mais uma vez, que são bons e tem muito a falar.
Tenho dito isso há tempos e falo de novo: se liguem nessa molecada. O que tem de novo nessa terra, musicalmente falando, passa pelos "novos".
Faltou nessa radiografia, um cara e uma banda: Goiaba, baixista da excelente banda Gloom. Esse Goiaba é um talento pronto. E faltou a banda Gloom.
Mas tá de bom tamanho.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Larga de ser fei, menino
larga de ser feminino
larga de ser
larga de ter fé menino
vai pro rock and roll, mui fino
vai pro prazer.
Leo Lynce é um poeta goiano do tempo do ronca.
Modernista, avisa Gilberto Mendoça Telles.
O poeta morreu em 1954.
Eu tava lendo o livro Leo Lynce - Poesia Quase Toda, editado pela UFG e fiquei fascinado com o português, com a maneira de escrever da época.
Ella, accusa, synpathia, captivo, idyllica, immensa, abysmo: o português era mais difícil, mas era mais gostoso.
E o cara tem uns textos do carai.
Veja:
"- "Ei" vem o trem!
Ninguém apeia
na estação da roça.
Que harmonia de face!
Que lindos olhos de brasileira
numa janella da primeira classe!..."


Ou essa:
"Na pequena cidade sertaneja,
cheia de tedio e de melancolia,
para a bisbilhotice malfazeja
o nosso amor é o escandalo do dia."

Tem muita coisa massa, mas eu não vou ficar aqui citando como se fosse professor.
Pega o livro, véi! Leia!
Na sala de leitura do Goiânia Ouro, tem.
É sentar e ler.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Eu estou na direção do Centro Municipal de Cultura Goiânia Ouro, desde outubro de 2006.
Pedi demissão do Martim Cererê em setembro/2006 e neste mesmo mês, fui convidado a vir para o Ouro.
Frase de um funcionário do local, ao me ver chegando: "Olha o assunto chegando!"
Pois bem. Quem conhece a sala que trabalho, sabe que é uma sauna.
Salinha 2 X 2, fechada, sem ventilação.
Um horror.
Pois bem, agora que a coligação que comanda a prefeitura deve mexer nos seus cargos, e eu devo sair, me mandam um ar condicionado pra tal salinha.
Deve ser pro novo diretor.. rsrs
Frase do Brandão, ao ver o aparelho estalando de novo: "Fiquei 4 anos nesta sauna e agora, que estou pronto pra ser mandado embora, colocam o ar. Pobre é foda!"
Eita!!!

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Boa parte dos artistas já se meteram a falar sobre ansiedade.
Cada um tem uma visão.
Eu não sou ansioso, mas sou pilhado.
Tô ligado o dia inteiro e acho que é isso que me mantém vivo, infelizmente, pra maioria... rsrs
O José Teles fez uma canção sobre o tema.
Eu escrevi um barato sobre isso, mas do meu jeito, no meu estilo.
Ficou bacaninha.
Acho.
Espero.
Veja aí se prestou.


Ansiedade




Je suis très gatinho

je suis bonitinho

je suis de verdade



acredito em nós dois

je suis pó de arroz

um fla x flu na cidade



Je suis esse horror

e vous êtes un amor

vou dizer da vontade



sou assim, se você

me quiser pra você

je suis ansiedade.




je suis très bien

um cachorro de lã

um poodle com saudade



acredito no amor

e se rimo com flor

fico mais à vontade.



Je suis esse horror

e vous êtes un amor

vou gritar pra cidade



sou assim, se você

me quiser pra você

je suis ansiedade.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Letra de música nova, que fiço.
Difícil vai ser achar alguém que queira colocar música nessa bagaceira... rsrs
Vamos lá... falar nisso, a canção deve se chamar "Bagaceira".


Se liga que a gente não dá pé
entende que a gente nem deu pro gasto
que amor mais doido
que despautério
que bobagem.

Se liga que amor é outro lance
entende que é mais que papo frouxo
que amor mais doído
que sanatório
que loucura.

Sai da frente, feiúra
bagaceira
sai da frente, me esquece
bagaceira.

sábado, 30 de outubro de 2010

Caraca!
Outro dia um amigo das antigas me adicionou no facebook: Odilon Carlos.
Pra quem não conhece, Odilon é compositor e cantor de mão cheia e compôs coisas bacanas como Pagode, gravada pelo Senhor Blan Chu. "Eu vi o sol nascer/ eu vim sem te esperar/ eu tinha que chegar/ antes do pau comer", diz a letra do Waltinho, um letrista maravilhoso e que desapareceu por aí.
Pois bem. O Odilon sempre cantou com a voz parecendo cantor de músicas em inglês.
Ele trabalhava numa boate, nos anos 70, e sempre cantava "lançamentos" de canções internacionais.
Lógico que, canções com letras em inglês.
O público ficava maluco com as músicas e queria saber quem tinha gravado.
Odilon escapava pela tangente e dizia que um amigo que morava nos Estados Unidos, mandava para ele, lançamentos musicais da terra do Tio Sam.
Mentira: todas as canções eram feitas na hora, letra e música, pelo Odilon.
Lógico que as letras eram um completo embromation. Lógico.
Mas passavam como obras primas, lançamentos quentíssimos do mercado fonográfico dos EUA.
Um dia, peguei a canção The Long and winding road, dos Beatles e cometi uma versão.
Mas cometi o tal crime de fazer versão dos Beatles, pensando no jeito meio "inglesado" de cantar do Odilon.
Daí, onde tinha "here", coloquei "rir", por exemplo.
Eu quis fazer uma letra pensando no inglês do Odilon.
Agora, depois de anos sem ver o Odilon e reencontrando-o no facebook, lembrei que tinha feito a tal versão.
Não me lembrei da letra inteira... faltou a última frase.
Mesmo assim, fiz questão de enviar a letra pro Odilon, de novo.
Repeti a frase final da primeira estrofe, na última, até me lembrar da frase correta.
Porque, se eu já tinha esquecido, o que dizer dele?
Vai aí, só pra registro.
Achei massa ter reencontrado o Odilon e ter, por tabela, lembrado dessa letrinha safada.



Caminhos sem ninguém
por aí, viajei
o tempo é mesmo assim
ninguém nos enganou
me diz pra onde ir
quem sabe desse amor.

A noite me encontrou sem ninguém
e eu chorei
O dia sabe rir
do abandono meu
saber da estrada é ir
ao desencontro seu.

Quantas vezes eu fiquei
sozinho sem você
mesmo assim não vai saber
das vezes que tentei.

A estrada faz um bem
a quem vai sem ninguém
não moro mais aqui
a long, long time ago
me diz pra onde ir
quem sabe desse amor.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Outro dia reclamei aqui que eu tinha sumido com o CD Enfim Solo, do Sivuca.
Achei!!!
Não tava sumido... tava na casa da minha filha.
Sou retardado mesmo, véi!
Guardo as coisas num lugar, esqueço e falo que perdi.
O que a idade avançada não faz com a cabeça de um senhor grisalho???
rsrsrs... é foda. É foda!
E o melhor eu não falei ainda: junto com o CD do Sivuca, achei mais uns 100 CDs que eu jurava que estavam sumidos. kkkkkkkkkkkkk
Agora fodeu!
Fodeu mais que a campanha da Dilma, que tá numa draga danada e eu acho é pouco.
Não gosto de gente pré-fabricada.
Pra mim, a Dilma é que nem a Vanessa Camargo: um produto.
Ruim.
Hoje, recebi um email do PT, pedindo aos companheiros, empenho para eleger a companheira.
Eu acho que já era.
No meu modo de entender, o Serra já ganhou.
A sorte da Dilma é que eu não saco nada de política. rsrs
Eita!!!

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Tava trelendo o livro de poesias "Cer Teza", da Elisa Dias, lançado em 1986 e que me foi dado pelo Pio Vargas.
Ele, parece, ganhou esse livro da autora, que escreveu na dedicatória: "para o Pio, ímpio".
E o Pio, pra variar, escreveu um mini-poema (inédito, pois nunca citei ele antes), numa das páginas do livro.
O poeminha se chama "Regra":
"Após a menstruação dos versos
entro no período
poeticamente fértil".

Mas eu tava falando do livro que eu tava trelendo.
Lá tem um poema que me lembra um amigo e seus escritos raros e sensíveis e seu jeito bonito de gostar.
É comprido, mas vale a pena.

"O meu amor
anda pelas ruas
pedalando horários
comendo passeios
saboreando com a ponta da língua
um beijo pra mim

(eu acho ele lindo
nas coxas e olhos)

é comum esse amor meu
come bife a cavalo
chuta os gols na TV
trapaça os ciúmes que sente
roendo entre os dentes
um pé de moleque

(eu provoco os sonhos dele
com beijos e beijos
mas nem sempre ele acorda)

meu amor faz de conta que é tímido
e nem se encanta
com os presentes que eu dou
assopra meu ar de romance
arrepia minha veia poética

meu amor
nem é meu
ele diz:
- sem tempo
- sem posse
eu também acho assim
mas sou dele

aspiro por um desfile na avenida ao seu lado
seria como se não houvesse
samba
gente
carnaval
só nós dois
lindos e emplumados
morrendo de tesão um pelo outro

sabe, durante o dia
penso muito em você
imagino conversas
passeios
amores
conto as coisas
e você responde interessado
achando sempre que eu tenho razão

quando a gente briga
(que eu imagino)
é um bate boca pra cá
outro bate boca pra lá
e não há jeito de tudo dar certo,
penso na última novela que vi
e faço tudo acabar bem

será que você vai gostar
da forma descontraída do meu discurso?
ou será que pensará
mulher burra
não sabe nem escrever direito.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Tava bebendo ontem, com um amigo, e falando besteira.
Falar besteira é o melhor tira-gosto, se não for a melhor bebida.
E eu falava do fato, para mim óbvio, que a pessoa que souber conviver com sua solidão, de maneira correta, terá nas mãos, daqui uns 20 anos, no máximo, a maior das armas.
Falo arma, no bom sentido.
A maior doença hoje, no mundo, é a solidão dos homens.
E essa doença tente a virar epidemia.
Falo solidão e todas as suas consequências: depressão, stress, síndrome do pânico, etc.
Eu consegui me virar com minha solidão, com 17 anos.
E me dou extremamente bem com ela.
Todos nós somos sós. Cada um é uma solidão ambulante. O diabo é aceitar isso como uma coisa natural e ir vivendo na boa.
As pessoas têm medo da solidão e esse medo fortalece a solidão e a transforma num monstro que poucos conseguem encarar.
Eu encaro.
"Uns tomam éter, outros tomam cocaína.
Eu tomo alegria."
Como diz de maneira genial, o velho e sempre bom Manuel Bandeira.

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Rafael Barreiros é um dos caras que mais amo, entre as pessoas do bem que conheci no que se chama de cena rock de Goiânia.
Ele tocou com os hoje não tão moleques da banda Engravatados.
E depois foi guitarrear na ChimpanZés de Gaveta.
Fael tem uma formação musical que vai de Baden Powell a Engravatados.. rsrs
Resumindo: o muleke é bão.
Os muleques da ChimpanZés falavam que ele é meu filho, tanto que a gente se parece na inteligência e na beleza.. kkkkkkkkk... fudeu.
Pois o Fael disse que quer fazer uma canção comigo.
Eu aceitei, mas propus: em vez de uma canção, umas canções.
E pedi que ele verificasse se cabe melodia num texto que tá aí pra baixo, que fala do jardineiro que sou.
E tô mandando essa letra que amo, agora, pra ele.
Será que dá samba, Fael?
Se não der, esquece.

Duas Fadas (Hematita)

Uma pedra
hematita
um delírio
nova era
um tango
la cumparsita
uma dona
barbarella.

Umas cores
rainbow, rainbow
uma estrada
vou-me embora
uma chuva
nem me lembro
uma fuga
é agora.

Uma fada
um duende
um silêncio
na chapada
uma gota
nos meus olhos
dois meninos
outra fada.
Eu tinha o CD Enfim Solo, do Sivuca.
Sumiu!
Quem sumiu com ele?
Não vem ao papo.
Hoje tentei baixar o disco, mas não achei.
Baixei então a Canção que se Imaginara, a música que mais mexe comigo no álbum.
Quando minha mãe morreu, digitei a letra e coloquei dentro do caixão, junto com as flores.
Sim, porque a letra parece demais com minha mãe.
Ela era de leão.
E era uma princesa e, como diz a letra do Paulinho Tapajós, "feliz de quem brincou no seu País".
Eu brinquei muito e aprendi tudo que sei nesse País.
Saque a letra.



Canção que se imaginara (Sivuca/Paulinho Tapajós)



Agora era uma história que acabou

mas seu encanto nunca terminou

havia uma princesa

com toda beleza

e a força de um leão.

E era toda feita de canção

e era mais perfeita que a paixão

andava pelos bosques e inventava sonhos pro seu coração.

Feliz de quem brincou no seu País

feliz de quem sonhou o que ela quis...

agora os anjos querem sua voz

ou se cansaram de cantar a sós

(será que foi o rei de tudo que se apaixonou?)

Assim a história terminou enfim

assim pensavam que era o fim

a princesa porém

por gostar de cantar

tinha um encanto que ninguém

jamais irá quebrar.
Letra da música que eu e o Flávio Dell'Isola acabamos de compor.
Eu tinha feito a letra, num dia, entre o bar e minha casa.
Achei bacana e chamei de Uma canção.
Mostrei pro Thiago Faustino e ele disse que tava boa.
Mandei pro Flávio e ele acaba de me enviar a canção pronta.
Esse jeito de fazer música, que eu e o Flávio temos, acho massa.
Ele mora na França. Eu em Goiânia.
Eu posto textos aqui no blog, ele pega lá e faz música.
E vamos nós... rsrs
Das últimas 20 canções que fizemos, pelo menos a metade foi feita via blog..
Essa Uma canção, foi o contrário, como já disse.
Tá aí a letra.
Não costumo gostar do que faço, mas essa eu curti.


Se você me dobra
meu couro de cobra
cobra compaixão.

Se você me chama
meu traje de dama
cobra ilusão.

Se você me atiça
a pele mestiça
cobra mais carvão.

Se a gente adormece
algum deus, em prece,
cobra uma canção.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Seu jardineiro anda buscando flores

novas plantas

novos perfumes.


Seu jardineiro anda querendo chuva

terra molhada

outros costumes.


Seu jardineiro anda ainda mais menino

querendo muito

outro destino.


Seu jardineiro anda mesmo diferente

buscando olhos

querendo gentes.

domingo, 26 de setembro de 2010

A poeta Rita Moreira tem um livro super lindo, chamado Perscrutando o Papaia, lançado pela Brasiliense, numa tentativa de retomada da coleção Cantadas Literárias, que é um dos baratos poéticos mais bacanas que esse Brasil já leu.
Perscrutando o Papaia merece ser lido. É lindo. É de 1999.
Posto dois poemas que tão no livro e que mostram todo talento e sensibilidade da escritora.
Esse primeiro que vou postar, "O Rei...", achei a cara do Kaio Bruno, poeta, músico e agitador cultural.

O rei está para a rã
como a paixão da noitada
para o clarão da manhã.

O cravo está para a rosa
como a poesia rimada
para um dedinho de prosa.

O rato está para o queijo
como a boca machucada
para a saudade do beijo.

Minha alma está para a sua
como o sol, de madrugada,
quando se encontra com a lua!



Mais um poema só: Rosca e Rã:

Achavas minha vida glamurosa
eu via tua vida flamboyant.
No entanto nosso sonho cor-de-rosa
virou essa coisa tosca,
malbaratada e malsã:
teu parafuso não encaixou na
minha rosca,
e a minha mosca
escapou
da tua rã.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Poerminha que "fiço" pro meu amigo e ídolo Diego de Moraes, ou Diego Mascate, ou Valdi, ou Diego Leigo, ou.. ufa! O Don Diego.

Um diego laico
um diego prosa
um diego estranho
um certo diego.

Um cantor mascate
um cara sem jeito
um cara sem tempo
um certo sujeito.

Um sujeito massa
dono do sossego
que trafica sonhos
: o diego leigo.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Eu tava falando no twitter, que adoro o closed caption.
Fico vendo aqueles filmes chatos, e o que me salva é esse tal CC.
Carai, cada palavrinha vasta no nosso idioma fácil.
Barulho de fogo, por exemplo, é crepitação.
O ator pisa numas folhas secas e aparece escrito: folhas farfalhando.
Cara, é o máximo.
Um dia eu fiquei anotando as palavras.
Amei.
Como disse no twitter: a coisa mais massa que tem na TV é o closed caption. Cada palavra, véi! Parece que tô noutro tempo, fora de moda, rococó, art dèco... rsrs

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Poeminha que "fiço" ontem à noite, num boteco.
Achei maneiro e, por isso, posto aqui nesse espaço.
Aliás, é por causa de posts como esse, que me dá vontade de reativar meu antigo blog, Aterro Sanitário.
Minha produção de lixo anda aumentando barbaridade (eita, palavrinha véia!). Talvez eu seja uma ameaça ao futuro da humanidade. Carai, nem tinha pensado nisso antes.. rsrs.. sou burro demais, véi!
Mas vamos ao poema, que batizei de Ansiedade.
Ah, tem umas palavras em francês que eu acho que estão erradas na grafia.
Se alguém puder ajudar a corrigir, "acorrege"... rsrs

Je suis très gatinho
je suis bonitinho
je suis de verdade

acredito em nós dois
je suis pó de arroz
um fla X flu na cidade

Je suis esse horror
e vous êtes un amor
vou dizer da vontade

sou assim, se você
me quiser pra você
je suis ansiedade.
Sempre posto aqui, textos que amigos fazem para mim.
Vários posts existem aí pra baixo, nesse sentido.
Hoje posto um presente que recebi ontem, do meu amigo Tiaguinho.
Esse Thiago é duma espécie de gente cada dia mais rara no mundo
Veja o texto. Leia.

"Assim, como a delgada pétala de tez fugaz e macia, com tênue razão de existir, acordou o dia. Acolheu o escuro da noite e o fastio de tempos e findou-se, como feixes velozes que partem espectros de luz.
Na altura da tarde em que luzernas perdiam brilho, sentamo-nos num canto junto à rua; num átomo, grandes olhos pretos fixaram-se. Um lugar comum, de dor e delícias, incauto e sereno.
Você, libérrimo e audaz, divagava pela vida vivida (sem saudades). E supunhas, com vontade, o amanhã que não verias - quiçá padecendo por sucumbir à buliçosa e delicada arte de viver.
E em nosso monólogo ocasional, meu riso tornou-se súplica embargada.
E roubando-lhe a iniciativa, como um ladrão, furtei-lhe a fala: 'Não morrerás! Ficarás encantado."

É isso aí,dom!
Fala a verdade: tô bem de amigo, não?

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Alguns poemas do Rubens Rodrigues Torres Filho, de brinde, free, pra quem gosto.
Quem gosto (leia direito), são os que frequentam esse blog.
Gatos pingados, eu sei.
Mas como diz um cantor amigo meu, diante de pequenas pláteias e aplausos escassos: poucos, porém sinceros.


1) Mas o cisco

Corre o risco de escrever.
O risco da escrita corre
pela página deserta
se meu coração disserta
sobre o susto de viver.

Mas o cisco de entrever
colhe o disco da pupila
nos sulcos do acontecido
no giro do acontecer.

A trama - o texto - tecido
na ponta dos atros dedos
ao fio dos medos ingratos
corre os riscos correlatos:
ir & voltar. Ler. Reler.


2) Do vinho para a água

Das nove e meia da noite
às quatro e meia da chuva,
hora nenhuma, que é esta.

O vinho tinto que resta
no copo, que é corpo e culpa,
é nuvem, uva ou dilúvio?
Minha atenção já não presta.

Exato como uma luva
o coração nos aperta.
Tempo passa, passatempo,
roça a asa na conversa.

(O tempo esquece de quem
esquece a preguiça e a pressa).


3) Por exemplo

Ao que se chama oceano: ponto
pego, ambiguidade
ou simplesmente mar, nas horas densas;

ao que se diz das coisas invisíveis,
a saber, choro e vento, tempestade
dentro do abraço,

ao que se espera quando a noite é lenta
e se alimenta de pássaros suicidas

somo
esta notícia:
de teu nome gravado nas laranjas
e outros hábitos maiores.

Por exemplo sentar-se com gerânios
e a água que isso inaugura nos teus olhos.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Tava relendo ontem, pela milésima vez, o poeta Rubens Rodrigues Torres Filho (leiam, o cara é muito bom), no livro O Vôo Circunflexo.
Cada texto que dá preguiça, de tão bom.
Fico olhando os novos poetas da cidade e me dá um medo, porque os vícios são basicamente os mesmos dos velhos poetas.
Ninguém lê.
Todo mundo produz pra caralho.
Mas um não lê o poema, o livro do outro.
Ninguém se preocupa em saber o que foi feito, o que está sendo feito e o que se está pretendendo fazer de poesia no planeta.
Uma desinformação geral.
Os velhos poetas, até que a gente perdoa.
Porque os velhotes não tinham esse volume de informações que tá à disposição dos novos.
Eu acho que falta de informação não tem perdão.
Mas, já que os velhotes tão com um pé na cova e outro na casca de banana (que nem eu tô), a gente perdoa.
Mas os novos? Caraca! Não tem perdão.
Portanto, peão, vc que nunca leu Rubens Rodrigues Torres Filho, ou nunca soube que o cara existiu, tente buscar.
Vale a pena. O cara é muito bom. Como tantos outros poetas são excelentes e merecem atenção.
Atenção!
Senhores "jovens" poetas de Gyn, cada dia mais a caminho do mesmo, da mesmice, do futuro dos que estão passando.
Se liguem!
Saque só um texto do cara:
"Detesto ter morrido nos teus olhos
como se me afogar fosse delícia".

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Em 2000, eu tava começando a dirigir o Martim Cererê, e a Lydia Himmem me propôs que a gente fizesse um lance de música eletrônica.
Foi então criado o Eletronicamente, que é o pai e a mãe de projetos que vieram depois como o Quinta Ativa, e dessas festas com discotecagem, que viraram febre em Gyn, até 2009.
O Eletronicamente nasceu numa época em que se ir a festas de música eletrônica era supercaro.
Haves a 60 paus, ou mais. Boates a 20 paus, por aí. Na época, né?
E o Eletronicamente veio free, de grátis.
Foi uma festa. Cerca de 700 pessoas se acumulavam no Martim, à cada sexta-feira, das 18h às 24h.
Depois a gente parou com o babado, porque tava na hora de parar.
Em Goiânia, o povo tem a mania de continuar com projetos, mesmo depois deles terem morrido.
Caraca, eu comecei esse papo com uma idéia pra encerrar, e esqueci... véi é foda... tem que morrer.
Ah, nem!
Depois que eu lembrar qual era o papo de fechamento, volto aqui e falo.
Faz de conta que eu pedi os comerciais.
E espere sentado.
Vc faz isso pro Raul Gil. Por que não pode fazer por mim?

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Caraca, tem um tempão que abandonei esse blog.
Depois que fui parar no twitter, aprendi a pensar usando apenas 140 caracteres.
Deixei de pensar comprido, com muitas palavras, muitos toques e passei a pensar pequenininho, do jeito que o twitter ensina.
Hoje, relendo pela milésima vez, Gaiteiro velho, livro de poemas do Fausto Wolff, lançado em 2003 pela Bertrand Brasil, me deu vontade de voltar a pensar comprido.
Tá que os poemas do Wolff, se a gente resumir, a maioria tem frases geniais que cabem no twitter.
Exemplos:
"Levo dentro do bolso a chave do reino. Não há saída".
"Deste modo fui envelhecendo. As palavras me enganando e eu enganando elas."
"Devolvo-lhe o sexo e o prazer anexo".
"Comportem-nos irmãos. Caso contrário, descobrirão que não somos comportados e nem irmãos."
E por aí vai.
Mas se vc pegar um poema inteiro do Gaiteiro Velho, o prazer é infinitamente maior.
Por esse motivo simples, mas altamente relevante para mim, resolvi voltar ao meu Tire o dedo do meu blog.
Justamente para deixar de ser monossilábico, coisa que o twitter nos impõe.
Eu falei impõe. Não falei obriga.
Será que consigo voltar a dar as caras por aqui?
A falta de frequência resulta na falta de hábito.
E a falta de hábito resulta numa preguiça imensa.
Preguiça do meu blog. Do meu Tire o dedo...
Eu tô voltando!

domingo, 20 de junho de 2010

Eita, se horóscopo desse certo, hoje eu ia arrrebentar.. rsrsrs
Veja que gracinha:

"Hoje deve ser um dia excelente em todos os aspectos da sua vida, Carlos, particularmente, para todos os tipos de relacionamento.
O amor e a sexualidade estão, especialmente, ressaltados nesse dia prazeroso.
Até mesmo assuntos de trabalho podem ser favorecidos por um momento em que você está com o seu carisma em plena forma e as pessoas gostando de você de graça."

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Hoje eu tô particularmente feliz.
Feliz de doer.
Motivo: caiu nas minhas mãos o livro Pio Vargas - Poesia Completa, organizado pelo Carlos William e publicado pela R&F.
Cara, o Pio já tava merecendo esse livro.
Porque o establishment da literatura feita em Goiás, boicotou o Pio até mandar falar upa.
Motivo: o Pio era talentoso, inteligente, criativo, moderno.
Um escritor, na real.
Não um escritor fabricado pelos compadres, como é a maioria dos "escrivinhadores" dessa terra.
O Pio é o maior poeta de Goiás, de todos os tempos.
Melhor que Gilberto Mendonça (eu não gosto muito do Gilberto); melhor que Afonso Félix (eu adoro Afonso); melhor que toda essa tranqueira que continua viva e fazendo "poesia", mas que não suporta meia hora de leitura séria e atenciosa.
Por isso esse livro chegou na hora certa.
Porque o establishment tirou Pio das bibliotecas (inclusive a que leva seu nome); porque os metidos a escritores boicotaram Pio até esconderem um poema seu que foi classificado em primeiro lugar num concurso sobre Goiânia.
Poema que bateu todos os "melhores" da cidade. TODOS!
Porque fizeram tudo para esconder o talento do cara.
Agora, esse livro resgata a real: Pio Vargas é o melhor poeta goiano de todos os tempos.
Melhor sem empáfia.
Só melhor.
Na boa.
Na real.
Na real dos fatos e não dos papos dos compadres que vivem de lançar novos e novos "artistas", gentinha miúda que mal disfarça a esmola.
Hoje eu tô feliz, porque tô falando de um artista de verdade.
Coisa rara nesse goiazinho véio de guerra.
Pio Vargas era coisa rara.
Como ele bem disse:
"A mim pertence
esse mistério:
ser bem claro
mas ser raro
como um favo
de minério".
Hoje eu tô tão feliz, menino Pio, que até vou tomar uma ceva em sua homenagem.
Vamos?

sexta-feira, 12 de março de 2010

Tadinho do meu Tire o Dedo...
Depois do twitter, larguei de mão meu bloguinho bunitinho.. rsrs
Motivo simples: aqui, a gente tem que postar sempre um texto maior.
Se possível, texto inteligente, para que as pessoas leiam e falem: caraca, como esse véi é massa!
E aí, a gente corre até o risco de virar cult.
Mas como não fiz o teste do pezinho e mal sei escrever, acabei optando mais pelo twitter do que pelo blog.
No twitter eu escrevo uma frase rapidona, babaca, metida a engraçada e largo a frase lá.
Sem nenhuma obrigação de me candidatar a cult.. rsrsr
Mas eu prometo, meu Tire o Dedo, voltar a frequentar suas páginas e postar coisas inteligentes e sensíveis.
Sim, meu blog, tô fazendo o supletivo do mobral (quem se lembra?), só pra aprender a escrever bunitinho e fazer bonito aqui nesse espaço.
Enquanto não fico inteligente, posto, de vez em quando, um texto meia boca como esse, só pra não perder o costume.
E continuo mandado bala nas minhas frases sem tipo, no twitter.
Afinal de contas, sou ou não sou o velho e bom Brandon Lee, o último herói do cinema???
Eita, lasqueira!!!

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

A canção Bang bang - My Baby shot Me Down, eu conheci quando vi Kill Bill 1, um puta filme.
Adorei.
Tudo: música e filme.
Ficou o tesão de fazer uma versão e, quem sabe, gravar no Cai Pro pau Gordin Mané!, CD que pretendo gravar, no final deste ano.
Tentei algumas vezes e a versão ficava paia.
Ontem, tentei, mais uma vez: bingo!
Adorei a letra da versão que "fiço".
Posto aqui, pra registrar.
Quem quiser cantar junto, vá no youtube e peça Nancy Sinatra - Bang Bang.
Ouça e tente acompanhar com essa letra que fiz. Fiço!
Não é difícil acompanhar, porque tá direto e reto.
Mudei algumas coisas da letra original, troquei sentidos, coisas minhas, pra não ficar muito em cima.
Versão, pra mim, é usar a idéia original como espinha dorsal e criar a letra em português.
Se possível, com muito bom gosto e talento.
Sempre!

Eu e ele, dois heróis
nossos cavalos de pau
nossas roupas de cowboy
e batalhas pra vencer.

Bang, bang, ele acertou
bang, bang, e eu caí
bang, bang, foi sempre assim
bang, bang, as lutas que perdi.

Veio o tempo e eu cresci
ele me chamou de seu
e sorrindo me falou
dos brinquedos que guardou.

Bang, bang, ele acertou
bang, bang, e eu caí
bang, bang, foi sempre assim
bang, bang, as lutas que perdi.

Quando a música tocou
eu fiquei sem entender...

E agora ele se foi
eu não queria chorar
mas se ele não disse adeus
pode ser que vá voltar.

Bang, bang, ele acertou
bang, bang, e eu caí
bang, bang, foi sempre assim
bang, bang, as lutas que perdi.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Pobre é foda, né? Mal vê alguém na merda e sai logo querendo ajudar.
Mas ajuda pra aparecer, pra fazer bonito, pra se mostrar e, se der, sair no jornal e na televisão.
O Brasil é desse jeito.
Com a tragédia no Haiti, onde morreram milhares de caboclos, o Brasil, pobre metido a besta, saiu na frente e já enviou não sei quantas toneladas de rango, roupa e remédios para o povo de lá.
Será que quem dirige esse paizinho metido a bacana, não saca que isso aqui é que é uma tragédia?
Por aqui, morrem milhares por dia, de fome, de bala e de vício.
E ninguém aqui faz campanha pra ajudar os sobreviventes do País em que vive.
Mas, na hora de ajudar quem mora lá longe e tá recebendo ajuda do mundo todo, principalmente dos maiores países da Terra, o Brasil quer mostrar serviço, aparecer.
E a imprensa não se cansa de dar destaque na ajudazinha brasileira.
Ajudazinha sim. Porque o que nós mandamos pra lá, se for comparado com o que Inglaterra, França e mesmo Estados Unidos mandam, é nada.
Mas não. O povo daqui nem quer saber dos brasileiros que morrem de fome, sede, vício e bala.
Pobre não gosta de pobre que morre na porta da sua casa.
Pobre gosta é de quem morre via satélite, né?
Aí o pobre manda um saquinho de arroz cristal de ajuda lá pra longe e vê, na TV, o avião pousando com a ajudinha dele, e fica feliz e orgulhoso.
Mas não é feliz por ter ajudado. É feliz por ter aparecido.
Pobre gosta é de aparecer, de se achar bacana.
Eu quero mais é que os países ricos ajudem os caras do Haiti. Só.
E quero muito que o Brasil ajude os brasileiros famintos, sem teto, sem terra, sem esmola, sem nada.
Fica fácil para o nosso governo arranjar cartões de comida para os pobres daqui, coisa que mais parece esmola, que ajuda feita de coração.
O Lula já foi pobre. E por isso deveria acordar e parar de mandar a comida daqui pra lá.
Parar de tirar da boca do faminto daqui, o alimento que lhe tiraria temporariamente a fome, para mandar esse alimento pra bem longe, só pra aparecer nas TVs do mundo todo.
Não, véi, sou contra. Assim como sou contra as Paraolimpíadas, sou contra essa movimentação toda pra ajudar os sobreviventes do tal terremoto.
Quero saber se a televisão não estivesse por perto, se o povo se meteria a ajudar. Nunca.
Tenho certeza que essa ajuda não viria nunca.
Do jeito que não vem aqui no País.
Aqui, ninguém ajuda ninguém, porque não vai sair na TV, nos jornais.
Porque ajudar pobre brasileiro já tá tão comum que não dá notícia. Então, pra aparecer, os bobos saem ajudando quem tá na mídia. E quem tá na mídia, agora? Os caras que trombaram com o terremoto.
Acorda, Brasil! Para de ser metido a besta, quando a gente nem é Pais direito!
Para, véi!
E entenda que quem está precisando de muita ajuda somos nós mesmos.
Será que é tão difícil aceitar que somos pobres e fodidos e sair cuidando das perebas da gente?
Ah, nem.... passa amanhã.

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Caraca, véi, ando tão enrolado com a produção do Goiânia Canto de Ouro, que abandonei to-tal-men-te esse blog.
Tadinho dele! rsrs
O Canto de Ouro são 12 semanas de shows de MPB, reunindo mais de 100 músicos de Goiânia.
E não é fácil "organizar tanta gente, harmonizar Carnaval", como falo no poemão I Believe.
Falando em I Believe, lanço os 4 livretos este ano, pela R&F Editora.
São 4 livretos no formato de livros de cordel. Cada um com 16 páginas.
Só tenho ótimas companhias nos livretos:
Ilustração do meu amigo Jovan (Jay), para mim, um dos melhores nomes das artes gráficas/visuais na "nova gyn".
Arte geral e diagramação do Carlos Sena. Quem trabalha com artes gráficas e imprensa em gyn, sabe de quem estou falando.
E edição da Izaura Franco, da R&F Editora.
O Ibelieve, pra quem não sabe, são 4 livretos, 4 poemas rimadões, falando exclusivamente de mim.. sem narcisismo, mas me expondo mesmo, que nem carne na feira.. hehe
O texto foi montado pelo grupo de teatro Ritual, num monólogo lindamente trabalhado pelo ator Pablo Angelino.
Cada livreto é "bancado" por um eu.
Primeiro: um velho; segundo: um menino; terceiro: um cara; e quarto: eu mesmo.
E assim, com esse tanto de eu, me jogo e me exponho de maneira que acho bacana.
Sei que o texto é ruim pra carai, mas tudo bem.
Goiás aceita cada bagaceira, que não custa nada aceitar mais uma. rsrs
Rensga!
Como eu não tenho nada o que fazer e nem nada pra postar, posto essa piadinha que achei engraçada:

Depois dos terremotos ocorridos na Ásia, o Governo Brasileiro resolveu instalar um sistema de medição e controle de abalos sísmico, que cobre todo o país.
O então recém-criado Sistema Sísmico Nacional (SSN), poucos dias após entrar em funcionamento, já detectou que haveria um grande terremoto no Nordeste do país.
Assim, enviou um telegrama á Delegacia de Polícia de Icó, uma cidadezinha no interior do Estado do Ceará. Dizia a mensagem :
-Urgente. Possível movimento sísmico na zona. Muito perigoso. Richter 7. Epicentro a 3 km da cidade. Tomem medidas e informem resultados com urgência.
Somente uma semana depois o Centro Sísmico recebeu um telegrama que dizia:
- Aqui é da Polícia de Icó. Movimento sísmico totalmente desarticulado. Richter tentou se evadir, mas foi abatido a tiros. Desativamos a zona e todas as putas estão presas. Epicentro, Epifênio, Epicleison e os outros 4 irmãos estão detidos. Não respondemos antes porque houve um terremoto da porra aqui.”