quarta-feira, 27 de julho de 2011

Numa brincadeira no facebook, coloquei lá "relacionamento sério".
Choveu de comentários escabrosos.
Meu parceiro de canções, Flávio Dell'Isola, me enviou um comentário em francês, já que ele mora na França, numa cidade que não sei escrever o nome, mas sei que se chama/pronuncia Lile.
Corri pro google e traduzi a frase.
Deu lá: amor do menino.
Gostei e fiz outra brincadeira, uma letra usando a frase em francês e a tradução.
Veja que graça.. rsrs
Acho que o bastião vai gostar muito.


Amoureux le garçon!
champagne, champignon
e o meu próprio caminho

meu castelo de pedras
meu sorriso e silêncio
e o amor do menino

meu amor por aí
navegar e sorrir
sem querer outro rumo

se você me quiser
vou gostar de você
vou morar no seu mundo.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Toda vez que entro nesse blog, falo a mesma coisa: me desculpo pela falta de tempo de entrar aqui.
Quer falta de assunto mais trucada que essa?
Se não tem assunto, não entra.
Se não tem tempo pro blog, abandona.
Ou deixa o bicho aqui quietinho e só aparece quando der saudade ou vontade de escrever algo.
Aparecer só por aparecer, só pra falar que sumiu por falta de tempo e pra dizer asneiras pra tomar o tempo das pessoas que ainda tem a pachorra de entrar aqui, é muita safadeza.
O público que frequenta isso aqui é o máximo do ibope.
Traço!
Menos uma vírgula a menos.
Zero!
Nada vezes nada é nada.
Mas é assim que um pacato cidadão se torna conhecido na net e acaba parando no palco do programa da Eliana, num quadro tipo famosos da net.
Um dia paro lá: na Eliana.
E aí, todos saberão o quanto importante sou.
E a partir desse dia, não voltarei nesse blog jamais.
Sim, porque se, pobre e desconhecido, eu pouco apareço aqui, pensa depois da fama e da fortuna?
Never more!
Pra que um cara famoso e rico vai querer um blog chamado tire o dedo do meu?
Vou, isso sim, contratar um assessor, ele cria um blog com um nome bem fino, tipo A Princesinha, e ele, o assessor, cuida de postar bobagens lá da sua cabeça.
Porque a minha cabeça estará voltada, inteiramente, para gastar meu rico dinheirinho e viver só de fama e fortuna.
Ou você pensa que, com grana no bolso eu vou participar de saraus, fazer poemas, letras de música e sair por aí com cara de escritor?
Nem!
Nobady Deserves!
Ninguém merece!
Bye, bye, Mossâmedes!
Sucesso (ou será sucexo?), aqui vou eu!!!!

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Caraca, quanto tempo, hein, meu blog???
Aguenta aí, que sou assim mesmo: desapareço, mas não te traio.
Sou de câncer, sou romântico, sou do bem.
Se cuida, meu blog, se liga sempre e não tire o dedo nunca.
Beijos do seu *
Carlos Brandão

* eu queria falar como o Erasmo Carlos, "do sempre, sempre seu", mas fiquei com vergonha.

terça-feira, 19 de abril de 2011

Tava ajudando o Kaio Bruno e o Edival Lourenço, na Balada Literária que vai acontecer na UBE, todos falando de Yêda Schmaltz, que será homenageada na ocasião e me lembrei que não tenho nenhum livro dela.
Tenho, na loja do Goiânia Ouro, alguns livros da Yêda, que seu filho Cristino deixou aqui para serem vendidos.
Pensei: porra, que saudades dessa minha amiga!
Fui pro google, pai de todos.
Lá tem alguns poemas da Yêda, como esse belíssimo Cavalo de Pau, do livro A Alquimia dos Nós, de 1979.
Leiam aí. Procurem mais. Repito: na loja do Ouro tem livros pra vender. É preciso aprender o que temos de bom nessa terra. Yêda é preciso.
Falar nisso: por que será que a poeta sumiu?
Por que poucos falam dela?
Por sua importância e por seus textos muito bons, Yêda merece ser mais lembrada.
Assim como Carlos Fernando Magalhães, meu amigo Cacá, um dos nossos talentos reais.
Vamos ao poema da Yêda, só pra matar a saudade:




Cavalo de Pau
 
Quando amo, sou assim:
dou de tudo para o amado
- a minha agulha de ouro,
meu alfinete de sonho
e a minha estrela de prata.
Quando amo, crio mitos,
dou para o amado meus olhos,
meus vestidos mais bonitos,
minhas blusas de babados,
meus livros mais esquisitos,
meus poemas desmanchados.
Vou me despindo de tudo:
meus cromos, meu travesseiro
e meu móbile de chaves.
Tudo de mim voa longe
e tudo se muda em ave.
Nos braços do meu amado,
os mitos se acumulando:
um pandeiro de cigana
com mil fitas coloridas;
de cabelo esvoaçando,
a Vênus que nasceu loura.
(E lá vou eu navegando.)
Nos braços do meu amado,
os mitos se acumulando,
enchendo-se os braços curtos
e o amado vai se inflando.
- O que de mais me lamento
e o que de mais me espanto:
o amado vai se inflando
não dos mitos, mas de vento
até que o elo arrebenta
e o pobre do amado estoura.
(Nenhum amado me aguenta.)

quinta-feira, 24 de março de 2011

Fui na estréia do espetáculo As mãos de Eurídice, monólogo com meu amigo Marley de Freitas, um jovem de pouco mais de 70 anos, dia 23 de março, no Teatro de Bolso Cici Pinheiro.
No programa da peça, um texto do Pedro Bloch, autor de As mãos...
Eu sempre trato de solidão e sempre digo que me dou muito bem com a minha solidão.
Mas acho que a grande maioria das pessoas não consegue conviver com sua solidão, o que acarreta essas doenças modernas tipo depressão, stress, pânico, etc.
Mas esse é outro papo. Não entendo lhufas do tema pra ficar aqui dando uma de entendedor.
Bloch, que era médico, no seu texto, fala de uma maneira bacana do tema. Vamos ao que ele diz sobre a peça que escreveu e que tem tudo a ver com solidão, principalmente nesses tempos lotados de "modernos" (ô,  povin chato!):
"Mostro o homem redoma, o homem isolado, o homem monólogo de nossos dias.
O homem de hoje não procura solução para os seus erros.
Limita-se a encontrar justificativas para continuar errando.
Não procura remédios, mas entorpecentes.
Uma vez encontradas as justificativas, ele restabelece um pseudo-equilíbrio emocional e persiste no erro até o momento em que se encontra só, absolutamente só, isolado em sua angústia, ilhado em seu desespero."
Falar mais o que, dom?

terça-feira, 22 de março de 2011

Poema que Camilinha fez para Don Diego Demorais, mostrando que o conhece pra caralho.
Achei isso mais que lindo: carinhoso, amoroso, terno, que nem pegar uma criança no colo.
Por isso, publico aqui, sem pagar direitos autorais.
Não pago mais é nem..


Amo esse garoto
cuido que pouco doa nesse peito
ele sabe o que estou falando
o amor do sorriso largo
das mãos que sinto nas minhas quando estou triste
dos pés descalços ao chegar da rua
das calças engraçadas para dormir
do café, um atrás do outro
das canções, uma atrás da outra
da poesia na lida
da dança incerta,ok?
amo você.

sexta-feira, 11 de março de 2011

Tava lendo não sei onde, que os americanos escolheram os 10 melhores poemas dos EUA.
Primeirão de tudo: Song of Myself, do Walt Whitman.
Justíssimo, esse primeirão.
Não sou um intelectual.
Sequer chego a ser do miolo mole, como José Guilherme Merquior, um dia, taxou o cantante baiano Caetano Veloso.
Merquior, pra quem não sabe, é tido como intelectual, pela intelligentsia brazuca.
O que não quer dizer nada, pois, no final, são todos (ou somos todos) intelectuais do miolo mole.
Mas eu falava de Song of Myself.
Leia, quem não leu.
Canção de mim mesmo, segundo a tradução, pode ser encontrado nas livrarias locais.
Já tive/comprei vários Canção de mim mesmo.
Mas acho tão bão, que acabo dando os livros para as pessoas lerem.
Acho massa isso: leio, gosto, passo pra frente.
Sem paixão. Sem sentimento de posse.
O último que comprei, na Saraiva, tá lá em casa. Ainda.
Whitman já começa quebrando tudo:


"Eu celebro a mim mesmo, e canto a mim mesmo
e o que eu pensar também vais pensar
pois cada átomo que pertence a mim igualmente pertence a ti.
Passa este dia e esta noite comigo e possuirás a origem de todos os poemas
possuirás o bem da terra e do sol (há milhões de sóis ainda)
Não terás mais nada em segunda ou terceira mão, nem verás através dos olhos dos mortos, nem te alimentarás mais dos espectros dos livros
Também não verás através dos meus olhos, nem receberás nada de mim,
Ouvirás todos os lados e os filtrarás de teu ser."

quinta-feira, 3 de março de 2011

Acho uma sacanagem, algumas ações "politicamente corretas", mas que acabam dando aquele empurrão para que obras que beneficiariam a população, acabem engavetadas.
A prefeitura de Gyn anunciou a construção de uma concha acústica naquela praça que fica em frente ao Lago das Rosas.
A idéia foi freada e, segundo a imprensa, o Iphan entendeu que a obra atrapalharia esteticamente, os muros art deco do Lago.
Será que foi isso mesmo que determinou o cancelamento da obra?
Se for verdade, é de lascar.
Agora, anuncia-se que o Mutirama não será mais reformado, baseado numa proposta que tem tudo pra dar a Goiânia, uma obra bacana pra população.
Mais uma vez, o povo perde em função de detalhes que os politicamente corretos adoram.
Tem corrupção? Pune!
Mas forçar pra que uma idéia massa seja arquivada, não colabora em nada.
De uns tempos pra cá, tenho achado que o Ministério Público, órgãos como o Iphan, entre outros, e a esquerda enjoada que adora "fiscalizar" do jeito dela, de maneira caolha, tem dado muito palpite infeliz.
Que nem uns bobos da área da cultura, que querem fazer edital até pra artista peidar.
Peida-se por edital. Senão eles vão ao MP e denunciam o peido ilegal e irregular.
Eu não me incluirei NUNCA entre esses modernos e politicamente corretos.
Prefiro ser véi ao extremo e fazer as coisas do meu jeito, sem muitas regras e regulamentos.
O mundo tá ficando cada dia mais chato e as pessoas cada dia mais iguais.
E os politicamente corretos são responsáveis por essa coisa monótona.
Eu me recuso a andar nessa caminhão de japoneses em que querem transformar o mundo.
O bom da vida é a surpresa, é a diferença, o estilo que cada um nasce com ele.
Essa diferença é básica para o cara ser ele mesmo.
O mundinho tá chato e os chatos ocupando os espaços de poder.
E eu não quero fazer parte desse mundo!!!

Uns amigos daqui de Gyn criaram o, hoje, maior bloco carnavalesco dessa cidade.
O Bloco dos Amigos começou tímido, criou corpo, solidificou e já sonha avançar sobre algumas cidades goianas, sempre levando alegria e música de carnaval mesmo.
O bloco dos Amigos tem ramificações em Goiânia, como o Bloco Zeferino e outros.
A festa acontece sempre uma semana antes do Carnaval oficial.
Esse ano, nova criação: o Concentra mais não sai, que acontece 3 semanas antes do carnaval oficial e duas semanas antes do Carnaval dos Amigos se reunir no Flamingo e depois fazer seu desfile até o Vaca Brava.
O Concentra foi um sucesso e pode seguir a trilha dos Amigos e, em poucos anos, ser mais uma opção de carnaval em Gyn.
Falar em carnaval de Goiânia, sempre achei que, se em vez de escolas mambembes, a gente tivesse blocos, seria mais massa.
O público sai de casa com as imagens das escolas do Rio e de Sampa e vai pra Avenida Araguaia ver as escolas locais.
Claro que o choque é profundo.
Penso que se empresas criassem blocos e as escolas assumissem sua pobreza e virassem blocos, em pouco teríamos blocos em condições de se transformar em escolas de verdade.
Mas esse é outro papo.
Esse ano, fiz para o Renato e para o Rener, amigos de MUITO tempo antes do Carnaval dos Amigos, duas letrinhas despretensiosas: uma para o Concentra Mas Não Sai, e outra para o Carnaval dos Amigos.
Posto aqui, para registro, pois senão esqueço esses protótipos de marchinhas.


Concentra mas não sai

Agora a coisa vai
agora a casa cai
agora é assim:
concentra mas não sai.
Agora é carnaval
agora é ferveção
concentra aqui em mim
e agora sai do chão.



Carnaval dos Amigos

Gosto de vc assim desse jeito
Gosto de vc, amigo do peito
Nesse mais um carnaval
Nessa folia geral.

Quero dar um beijo nas bocas 
loucas, as pessoas do bem
Quanto mais o mundo se arma
mais a gente faz a festa.

Amigos, amigos de um carnaval
de um Carnaval dos Amigos.
Amigos, amigos, sem perigo algum
no nosso carnaval antigo.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

O Ronaldo encerrou a carreira, até que enfim.
O cara já fez tudo que um humano pode fazer, dentro da sua área profissional.
Não precisa provar mais nada.
Passou da hora de parar, de ficar aguentando aluguel de uma crônica esportiva que insiste em não ser inteligente.
O jornalismo esportivo no Brasil precisa, urgente, mudar o formato, o jeitão.
Do jeito que tá, e esse jeito já tem umas décadas, ninguém aguenta.
Nem a gente, nem o Ronaldo.
Além de aguentar a imprensa, o cara ainda tinha que suportar a torcida do Corinthians.
Ow, véi, aquilo não é torcida, é um bando de débil mental.
Veja só o que um cronista escreveu, aqui em Gyn:
"O talento com os pés fez Ronaldo ser um dos homens mais conhecidos do mundo, coisa que intelectuais não conseguiriam estudando 50 anos".
Assim, até eu paro.
Demorou a parar, o Ronaldo.
Parei!
Fui num cardiologista hoje.
Dr. Agnaldo Caiado Parrode.
Passei a última semana meio que com uma novidade, pra mim: pressão alta.
Nunca tive isso e achei estranho a pressão bater em 16 X 11.
Pois fui ao tal médico.
Entrei no consultório e ele: o que vc tem?
Expliquei.
Ele pegou o aparelho de medir pressão e o telefone.
Enquanto media minha pressão, falava ao telefone, sobre um dentista.
Parou o telefone um pouquinho. Olhou o aparelho. Falou: sua pressão tá ótima.
Colocou o aparelho pra medir de novo e retomou o telefonema.
Ligação telefônica e medição de pressão finalizadas, o médico me olhou e disse: sua pressão tá boa. Para de tomar o Atenobal e faça esses exames.
Me passou uma relação de 22 exames, com a indicação: "Cefaléia, tontura".
Uai, eu não sabia que tava com cefaléia.
Ou pressão alta mudou de nome e não me avisaram?
Resultado final desse embrulho: tô na caça de outro médico.
Mas quero um que pelo menos converse uns 10 minutos, faça um avaliação decente e não me atenda falando ao telefone.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Tava ouvindo Elis, agora, no youtube e li o comentário de uma pessoa que não sei quem é, mas que concordo com o falado.
Veja:
"Nela temos um exemplo de canto amarrado ao sentimento. O que vemos demais hoje é gente cantando rindo qualquer tipo de letra. A regra tem sido ficar bem no vídeo. Elis nos trazia ao sentido das letras que cantava. Isso é imbativel, é maior que toda técnica ou conhecimento musical."
Concordei. Não posso deixar de.
Hoje tem um bando de cantoras que são puro sorriso.
Algumas têm técnica e tal.
Outras não cantam porra nenhuma.
Da Bahia, por exemplo, vem um punhado de cantoras. Observem que todas de Daniela Mercury a Cláudia Leite, o jeito de cantar é o mesmo. Muito sorriso e pouca alma. Eu pensava que todas imitavam Daniela. Me enganei. Tava ouvindo outro dia, o pai do axé, Luiz Caldas, e saquei: as baianas do axé usam seu jeitão de cantar.
Não gosto dessas cantoras que nasceram no axé. Tem uma afinadas e tal, mas falta emoção e repertório. Se ousam gravar uma música de qualidade, gravam 10 canções bem pop, bem ruins, pra compensar o público por terem gravado coisa boa.
Essa é a real do mercado: música boa é pecado.
É que nem o editor burro que eu tive no Caderno 2 do Diário da Manhã: pra cada matéria sobre cultura que eu fazia, tinha que fazer duas a três de comportamento.
É ou não é, piada de salão?


Ah, ouça Elis. A canção que eu tava ouvindo é Cadeira Vazia,do Lupicínio Rodrigues.




segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Recebi um email de um amigo, o procurador e poeta Renato Pinto.
Ele me enviou um texto do Ancelmo Gois, falando da importância do alto-falante, nessa era tão moderna. rsrs
Veja um trecho do texto do Ancelmo:
"Como se sabe, na cidade serrana de Areal, minutos antes do aguaceiro que devastou tudo, um carro de som avisou às pessoas para saírem, pois a catástrofe estava a caminho. Enquanto isso, em bairros elegantes das vizinhas Nova Friburgo e Teresópolis, debaixo d’água, os telefones ficaram mudos, iPhones viraram simples brinquedos para jogar, computadores, sem conexão, tornaram-se trambolhos obsoletos e, na falta de energia, não havia nem TV. Não foi à toa que a prefeitura do Rio anunciou, semana passada, a instalação de 60 sirenes e alto-falantes em locais de risco para alertar a população em caso de temporal."
Li e me lembrei, no ato, do alto-falante, da rádio poste da minha terra, Mossâmedes.
Achei o texto do meu email, engraçado, e resolvi postar aqui.
Vamos: 


Pois é, Renato, em Mossâmedes tinha essa rádio poste.

Era massa!
Um dia anunciaram: "Carlos Antonio Brandão, ganhou um requeijão".
Eu havia ganho um requeijão, numa rifa e, a única maneira de me comunicar e comunicar TODA a cidade, era através da rádio poste, do alto-falante.
Isso me traumatizou profundamente.. rsrs
Resultado do trauma: Nunca mais ganhei nada em bingo, loteria, rifa, megasena, nada.
Incrível como essa praga e esse trauma me perseguem.. hehe
Quando os Beatles lançaram seus primeiros compactos, o Divino, meu irmão mais velho, que estudava em Goiânia, comprou um compacto simples e um duplo da banda inglesa.
Nas férias ele foi pra Mossâmedes e levou os tais discos.
Achei massa, ouvir aquela música "estranha" e profundamente contagiante, na rádio poste da minha terra.
Era uma novidade e o alcance dessa novidade a gente nem podia prever.
Anos depois, em 1967, já em Goiânia, eu fui estudar no Colégio Emmanuel.
Cheguei no pátio e a rádio poste do colégio tocava Eleanor Rigby .
Achei o som mais lindo que eu já tinha ouvido na terra e comecei a chorar no pátio do Emmanuel, de pura emoção, por ser apresentado, pela rádio poste, a uma canção tão linda, um som verdadeiramente novo para meus ouvidos de menino da roça.
Nunca mais esqueci eleanor rigby.
Nunca mais consegui desvencilhar minha vida musical, do som dos Beatles.
Hoje, os considero clássicos e acho que daqui 50 anos, teremos orquestras sinfônicas tocando Beatles, como se toca, hoje, por exemplo, Bach.
Desculpa a comparação. rsrs. Mas acho Beatles e Michael Jackson, futuros clássicos.
Pois é essa a minha ligação, ou parte da minha ligação com a rádio poste.
Tudo que sei de letra de música e de canções antigas, ouvi na rádio poste de Mossâmedes, ou ouvi minha mãe cantando. Ela trabalhava e deixava o rádio ligado na Tupi, Nacional e outras emissoras da época.
Minha mãe adorava música e tinha um carinho com as letras, com as palavras.
Aprendi a gostar das palavras, com dona Matilde.
É isso aí, Renato.
Você veio me falar de rádio poste, de alto-falante, e eu acabei fazendo esse rosário, essa ladaínha em forma de memória.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Achei esse poema em velhos guardados.
É do jornalista e amigo Rodrigo França Carvalho e foi escrito quando a gente trabalhava no Diário da Manhã, um jornaleco aí.
Ah, naquele tempo o DM já atrasava e muito o salário dos seus jornalistas.
O Rodrigo foi demitido por fazer greve.
Eu também fui, uns 3 anos depois. rsrs
Cobrar salário, no DM, é crime.
E greve é pé de briga e não um ato e um direito democrático.
Ma eu falava do poema.
Posto ele aqui pela lembrança de um grande amigo que anda sumido pra carai.

"Somente um círculo
um concêntrico círculo
em direção: uma pedra
dentro do lago ou do mar
uniformemente seguindo
rastros? Xá pra lá!
Sem querer dizer: dizendo.
Sem querer olhar: olhando.
Apenas brando.
Brando? De novo, brando
Palavras...
O pacato se emudece.
Pacato? Pacato o quê?
Pacatuquê?!
Gargalhadas... trovões motivadores
espalhando do nada
Lá vai o rio
Lá vai o círculo
Lá vai o Brandão
Sem nenhum planejamento prévio.
É jardineiro?
Quem disse que não?

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Alguém me escreva um post, pra esse blog abandonado.
Tadin.
Alguém tenha dó dum brandão analfa que nem consegue escrever besteiras.
Tadin de mim.
Tadin do Toninho.
Pra quem não sabe, meu nome é Toninho.
Que vem de Carlos Antônio Brandão.
Antônio = Toninho.
Assim como Francisco = Chico.
Carlos Brandão é só o nome artístico dum pseudo artista.
O nome real é esse: Toninho.