quinta-feira, 24 de março de 2011

Fui na estréia do espetáculo As mãos de Eurídice, monólogo com meu amigo Marley de Freitas, um jovem de pouco mais de 70 anos, dia 23 de março, no Teatro de Bolso Cici Pinheiro.
No programa da peça, um texto do Pedro Bloch, autor de As mãos...
Eu sempre trato de solidão e sempre digo que me dou muito bem com a minha solidão.
Mas acho que a grande maioria das pessoas não consegue conviver com sua solidão, o que acarreta essas doenças modernas tipo depressão, stress, pânico, etc.
Mas esse é outro papo. Não entendo lhufas do tema pra ficar aqui dando uma de entendedor.
Bloch, que era médico, no seu texto, fala de uma maneira bacana do tema. Vamos ao que ele diz sobre a peça que escreveu e que tem tudo a ver com solidão, principalmente nesses tempos lotados de "modernos" (ô,  povin chato!):
"Mostro o homem redoma, o homem isolado, o homem monólogo de nossos dias.
O homem de hoje não procura solução para os seus erros.
Limita-se a encontrar justificativas para continuar errando.
Não procura remédios, mas entorpecentes.
Uma vez encontradas as justificativas, ele restabelece um pseudo-equilíbrio emocional e persiste no erro até o momento em que se encontra só, absolutamente só, isolado em sua angústia, ilhado em seu desespero."
Falar mais o que, dom?

terça-feira, 22 de março de 2011

Poema que Camilinha fez para Don Diego Demorais, mostrando que o conhece pra caralho.
Achei isso mais que lindo: carinhoso, amoroso, terno, que nem pegar uma criança no colo.
Por isso, publico aqui, sem pagar direitos autorais.
Não pago mais é nem..


Amo esse garoto
cuido que pouco doa nesse peito
ele sabe o que estou falando
o amor do sorriso largo
das mãos que sinto nas minhas quando estou triste
dos pés descalços ao chegar da rua
das calças engraçadas para dormir
do café, um atrás do outro
das canções, uma atrás da outra
da poesia na lida
da dança incerta,ok?
amo você.

sexta-feira, 11 de março de 2011

Tava lendo não sei onde, que os americanos escolheram os 10 melhores poemas dos EUA.
Primeirão de tudo: Song of Myself, do Walt Whitman.
Justíssimo, esse primeirão.
Não sou um intelectual.
Sequer chego a ser do miolo mole, como José Guilherme Merquior, um dia, taxou o cantante baiano Caetano Veloso.
Merquior, pra quem não sabe, é tido como intelectual, pela intelligentsia brazuca.
O que não quer dizer nada, pois, no final, são todos (ou somos todos) intelectuais do miolo mole.
Mas eu falava de Song of Myself.
Leia, quem não leu.
Canção de mim mesmo, segundo a tradução, pode ser encontrado nas livrarias locais.
Já tive/comprei vários Canção de mim mesmo.
Mas acho tão bão, que acabo dando os livros para as pessoas lerem.
Acho massa isso: leio, gosto, passo pra frente.
Sem paixão. Sem sentimento de posse.
O último que comprei, na Saraiva, tá lá em casa. Ainda.
Whitman já começa quebrando tudo:


"Eu celebro a mim mesmo, e canto a mim mesmo
e o que eu pensar também vais pensar
pois cada átomo que pertence a mim igualmente pertence a ti.
Passa este dia e esta noite comigo e possuirás a origem de todos os poemas
possuirás o bem da terra e do sol (há milhões de sóis ainda)
Não terás mais nada em segunda ou terceira mão, nem verás através dos olhos dos mortos, nem te alimentarás mais dos espectros dos livros
Também não verás através dos meus olhos, nem receberás nada de mim,
Ouvirás todos os lados e os filtrarás de teu ser."

quinta-feira, 3 de março de 2011

Acho uma sacanagem, algumas ações "politicamente corretas", mas que acabam dando aquele empurrão para que obras que beneficiariam a população, acabem engavetadas.
A prefeitura de Gyn anunciou a construção de uma concha acústica naquela praça que fica em frente ao Lago das Rosas.
A idéia foi freada e, segundo a imprensa, o Iphan entendeu que a obra atrapalharia esteticamente, os muros art deco do Lago.
Será que foi isso mesmo que determinou o cancelamento da obra?
Se for verdade, é de lascar.
Agora, anuncia-se que o Mutirama não será mais reformado, baseado numa proposta que tem tudo pra dar a Goiânia, uma obra bacana pra população.
Mais uma vez, o povo perde em função de detalhes que os politicamente corretos adoram.
Tem corrupção? Pune!
Mas forçar pra que uma idéia massa seja arquivada, não colabora em nada.
De uns tempos pra cá, tenho achado que o Ministério Público, órgãos como o Iphan, entre outros, e a esquerda enjoada que adora "fiscalizar" do jeito dela, de maneira caolha, tem dado muito palpite infeliz.
Que nem uns bobos da área da cultura, que querem fazer edital até pra artista peidar.
Peida-se por edital. Senão eles vão ao MP e denunciam o peido ilegal e irregular.
Eu não me incluirei NUNCA entre esses modernos e politicamente corretos.
Prefiro ser véi ao extremo e fazer as coisas do meu jeito, sem muitas regras e regulamentos.
O mundo tá ficando cada dia mais chato e as pessoas cada dia mais iguais.
E os politicamente corretos são responsáveis por essa coisa monótona.
Eu me recuso a andar nessa caminhão de japoneses em que querem transformar o mundo.
O bom da vida é a surpresa, é a diferença, o estilo que cada um nasce com ele.
Essa diferença é básica para o cara ser ele mesmo.
O mundinho tá chato e os chatos ocupando os espaços de poder.
E eu não quero fazer parte desse mundo!!!

Uns amigos daqui de Gyn criaram o, hoje, maior bloco carnavalesco dessa cidade.
O Bloco dos Amigos começou tímido, criou corpo, solidificou e já sonha avançar sobre algumas cidades goianas, sempre levando alegria e música de carnaval mesmo.
O bloco dos Amigos tem ramificações em Goiânia, como o Bloco Zeferino e outros.
A festa acontece sempre uma semana antes do Carnaval oficial.
Esse ano, nova criação: o Concentra mais não sai, que acontece 3 semanas antes do carnaval oficial e duas semanas antes do Carnaval dos Amigos se reunir no Flamingo e depois fazer seu desfile até o Vaca Brava.
O Concentra foi um sucesso e pode seguir a trilha dos Amigos e, em poucos anos, ser mais uma opção de carnaval em Gyn.
Falar em carnaval de Goiânia, sempre achei que, se em vez de escolas mambembes, a gente tivesse blocos, seria mais massa.
O público sai de casa com as imagens das escolas do Rio e de Sampa e vai pra Avenida Araguaia ver as escolas locais.
Claro que o choque é profundo.
Penso que se empresas criassem blocos e as escolas assumissem sua pobreza e virassem blocos, em pouco teríamos blocos em condições de se transformar em escolas de verdade.
Mas esse é outro papo.
Esse ano, fiz para o Renato e para o Rener, amigos de MUITO tempo antes do Carnaval dos Amigos, duas letrinhas despretensiosas: uma para o Concentra Mas Não Sai, e outra para o Carnaval dos Amigos.
Posto aqui, para registro, pois senão esqueço esses protótipos de marchinhas.


Concentra mas não sai

Agora a coisa vai
agora a casa cai
agora é assim:
concentra mas não sai.
Agora é carnaval
agora é ferveção
concentra aqui em mim
e agora sai do chão.



Carnaval dos Amigos

Gosto de vc assim desse jeito
Gosto de vc, amigo do peito
Nesse mais um carnaval
Nessa folia geral.

Quero dar um beijo nas bocas 
loucas, as pessoas do bem
Quanto mais o mundo se arma
mais a gente faz a festa.

Amigos, amigos de um carnaval
de um Carnaval dos Amigos.
Amigos, amigos, sem perigo algum
no nosso carnaval antigo.