quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Tava ouvindo Elis, agora, no youtube e li o comentário de uma pessoa que não sei quem é, mas que concordo com o falado.
Veja:
"Nela temos um exemplo de canto amarrado ao sentimento. O que vemos demais hoje é gente cantando rindo qualquer tipo de letra. A regra tem sido ficar bem no vídeo. Elis nos trazia ao sentido das letras que cantava. Isso é imbativel, é maior que toda técnica ou conhecimento musical."
Concordei. Não posso deixar de.
Hoje tem um bando de cantoras que são puro sorriso.
Algumas têm técnica e tal.
Outras não cantam porra nenhuma.
Da Bahia, por exemplo, vem um punhado de cantoras. Observem que todas de Daniela Mercury a Cláudia Leite, o jeito de cantar é o mesmo. Muito sorriso e pouca alma. Eu pensava que todas imitavam Daniela. Me enganei. Tava ouvindo outro dia, o pai do axé, Luiz Caldas, e saquei: as baianas do axé usam seu jeitão de cantar.
Não gosto dessas cantoras que nasceram no axé. Tem uma afinadas e tal, mas falta emoção e repertório. Se ousam gravar uma música de qualidade, gravam 10 canções bem pop, bem ruins, pra compensar o público por terem gravado coisa boa.
Essa é a real do mercado: música boa é pecado.
É que nem o editor burro que eu tive no Caderno 2 do Diário da Manhã: pra cada matéria sobre cultura que eu fazia, tinha que fazer duas a três de comportamento.
É ou não é, piada de salão?


Ah, ouça Elis. A canção que eu tava ouvindo é Cadeira Vazia,do Lupicínio Rodrigues.




segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Recebi um email de um amigo, o procurador e poeta Renato Pinto.
Ele me enviou um texto do Ancelmo Gois, falando da importância do alto-falante, nessa era tão moderna. rsrs
Veja um trecho do texto do Ancelmo:
"Como se sabe, na cidade serrana de Areal, minutos antes do aguaceiro que devastou tudo, um carro de som avisou às pessoas para saírem, pois a catástrofe estava a caminho. Enquanto isso, em bairros elegantes das vizinhas Nova Friburgo e Teresópolis, debaixo d’água, os telefones ficaram mudos, iPhones viraram simples brinquedos para jogar, computadores, sem conexão, tornaram-se trambolhos obsoletos e, na falta de energia, não havia nem TV. Não foi à toa que a prefeitura do Rio anunciou, semana passada, a instalação de 60 sirenes e alto-falantes em locais de risco para alertar a população em caso de temporal."
Li e me lembrei, no ato, do alto-falante, da rádio poste da minha terra, Mossâmedes.
Achei o texto do meu email, engraçado, e resolvi postar aqui.
Vamos: 


Pois é, Renato, em Mossâmedes tinha essa rádio poste.

Era massa!
Um dia anunciaram: "Carlos Antonio Brandão, ganhou um requeijão".
Eu havia ganho um requeijão, numa rifa e, a única maneira de me comunicar e comunicar TODA a cidade, era através da rádio poste, do alto-falante.
Isso me traumatizou profundamente.. rsrs
Resultado do trauma: Nunca mais ganhei nada em bingo, loteria, rifa, megasena, nada.
Incrível como essa praga e esse trauma me perseguem.. hehe
Quando os Beatles lançaram seus primeiros compactos, o Divino, meu irmão mais velho, que estudava em Goiânia, comprou um compacto simples e um duplo da banda inglesa.
Nas férias ele foi pra Mossâmedes e levou os tais discos.
Achei massa, ouvir aquela música "estranha" e profundamente contagiante, na rádio poste da minha terra.
Era uma novidade e o alcance dessa novidade a gente nem podia prever.
Anos depois, em 1967, já em Goiânia, eu fui estudar no Colégio Emmanuel.
Cheguei no pátio e a rádio poste do colégio tocava Eleanor Rigby .
Achei o som mais lindo que eu já tinha ouvido na terra e comecei a chorar no pátio do Emmanuel, de pura emoção, por ser apresentado, pela rádio poste, a uma canção tão linda, um som verdadeiramente novo para meus ouvidos de menino da roça.
Nunca mais esqueci eleanor rigby.
Nunca mais consegui desvencilhar minha vida musical, do som dos Beatles.
Hoje, os considero clássicos e acho que daqui 50 anos, teremos orquestras sinfônicas tocando Beatles, como se toca, hoje, por exemplo, Bach.
Desculpa a comparação. rsrs. Mas acho Beatles e Michael Jackson, futuros clássicos.
Pois é essa a minha ligação, ou parte da minha ligação com a rádio poste.
Tudo que sei de letra de música e de canções antigas, ouvi na rádio poste de Mossâmedes, ou ouvi minha mãe cantando. Ela trabalhava e deixava o rádio ligado na Tupi, Nacional e outras emissoras da época.
Minha mãe adorava música e tinha um carinho com as letras, com as palavras.
Aprendi a gostar das palavras, com dona Matilde.
É isso aí, Renato.
Você veio me falar de rádio poste, de alto-falante, e eu acabei fazendo esse rosário, essa ladaínha em forma de memória.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Achei esse poema em velhos guardados.
É do jornalista e amigo Rodrigo França Carvalho e foi escrito quando a gente trabalhava no Diário da Manhã, um jornaleco aí.
Ah, naquele tempo o DM já atrasava e muito o salário dos seus jornalistas.
O Rodrigo foi demitido por fazer greve.
Eu também fui, uns 3 anos depois. rsrs
Cobrar salário, no DM, é crime.
E greve é pé de briga e não um ato e um direito democrático.
Ma eu falava do poema.
Posto ele aqui pela lembrança de um grande amigo que anda sumido pra carai.

"Somente um círculo
um concêntrico círculo
em direção: uma pedra
dentro do lago ou do mar
uniformemente seguindo
rastros? Xá pra lá!
Sem querer dizer: dizendo.
Sem querer olhar: olhando.
Apenas brando.
Brando? De novo, brando
Palavras...
O pacato se emudece.
Pacato? Pacato o quê?
Pacatuquê?!
Gargalhadas... trovões motivadores
espalhando do nada
Lá vai o rio
Lá vai o círculo
Lá vai o Brandão
Sem nenhum planejamento prévio.
É jardineiro?
Quem disse que não?

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Alguém me escreva um post, pra esse blog abandonado.
Tadin.
Alguém tenha dó dum brandão analfa que nem consegue escrever besteiras.
Tadin de mim.
Tadin do Toninho.
Pra quem não sabe, meu nome é Toninho.
Que vem de Carlos Antônio Brandão.
Antônio = Toninho.
Assim como Francisco = Chico.
Carlos Brandão é só o nome artístico dum pseudo artista.
O nome real é esse: Toninho.