sábado, 30 de outubro de 2010

Caraca!
Outro dia um amigo das antigas me adicionou no facebook: Odilon Carlos.
Pra quem não conhece, Odilon é compositor e cantor de mão cheia e compôs coisas bacanas como Pagode, gravada pelo Senhor Blan Chu. "Eu vi o sol nascer/ eu vim sem te esperar/ eu tinha que chegar/ antes do pau comer", diz a letra do Waltinho, um letrista maravilhoso e que desapareceu por aí.
Pois bem. O Odilon sempre cantou com a voz parecendo cantor de músicas em inglês.
Ele trabalhava numa boate, nos anos 70, e sempre cantava "lançamentos" de canções internacionais.
Lógico que, canções com letras em inglês.
O público ficava maluco com as músicas e queria saber quem tinha gravado.
Odilon escapava pela tangente e dizia que um amigo que morava nos Estados Unidos, mandava para ele, lançamentos musicais da terra do Tio Sam.
Mentira: todas as canções eram feitas na hora, letra e música, pelo Odilon.
Lógico que as letras eram um completo embromation. Lógico.
Mas passavam como obras primas, lançamentos quentíssimos do mercado fonográfico dos EUA.
Um dia, peguei a canção The Long and winding road, dos Beatles e cometi uma versão.
Mas cometi o tal crime de fazer versão dos Beatles, pensando no jeito meio "inglesado" de cantar do Odilon.
Daí, onde tinha "here", coloquei "rir", por exemplo.
Eu quis fazer uma letra pensando no inglês do Odilon.
Agora, depois de anos sem ver o Odilon e reencontrando-o no facebook, lembrei que tinha feito a tal versão.
Não me lembrei da letra inteira... faltou a última frase.
Mesmo assim, fiz questão de enviar a letra pro Odilon, de novo.
Repeti a frase final da primeira estrofe, na última, até me lembrar da frase correta.
Porque, se eu já tinha esquecido, o que dizer dele?
Vai aí, só pra registro.
Achei massa ter reencontrado o Odilon e ter, por tabela, lembrado dessa letrinha safada.



Caminhos sem ninguém
por aí, viajei
o tempo é mesmo assim
ninguém nos enganou
me diz pra onde ir
quem sabe desse amor.

A noite me encontrou sem ninguém
e eu chorei
O dia sabe rir
do abandono meu
saber da estrada é ir
ao desencontro seu.

Quantas vezes eu fiquei
sozinho sem você
mesmo assim não vai saber
das vezes que tentei.

A estrada faz um bem
a quem vai sem ninguém
não moro mais aqui
a long, long time ago
me diz pra onde ir
quem sabe desse amor.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Outro dia reclamei aqui que eu tinha sumido com o CD Enfim Solo, do Sivuca.
Achei!!!
Não tava sumido... tava na casa da minha filha.
Sou retardado mesmo, véi!
Guardo as coisas num lugar, esqueço e falo que perdi.
O que a idade avançada não faz com a cabeça de um senhor grisalho???
rsrsrs... é foda. É foda!
E o melhor eu não falei ainda: junto com o CD do Sivuca, achei mais uns 100 CDs que eu jurava que estavam sumidos. kkkkkkkkkkkkk
Agora fodeu!
Fodeu mais que a campanha da Dilma, que tá numa draga danada e eu acho é pouco.
Não gosto de gente pré-fabricada.
Pra mim, a Dilma é que nem a Vanessa Camargo: um produto.
Ruim.
Hoje, recebi um email do PT, pedindo aos companheiros, empenho para eleger a companheira.
Eu acho que já era.
No meu modo de entender, o Serra já ganhou.
A sorte da Dilma é que eu não saco nada de política. rsrs
Eita!!!

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Tava trelendo o livro de poesias "Cer Teza", da Elisa Dias, lançado em 1986 e que me foi dado pelo Pio Vargas.
Ele, parece, ganhou esse livro da autora, que escreveu na dedicatória: "para o Pio, ímpio".
E o Pio, pra variar, escreveu um mini-poema (inédito, pois nunca citei ele antes), numa das páginas do livro.
O poeminha se chama "Regra":
"Após a menstruação dos versos
entro no período
poeticamente fértil".

Mas eu tava falando do livro que eu tava trelendo.
Lá tem um poema que me lembra um amigo e seus escritos raros e sensíveis e seu jeito bonito de gostar.
É comprido, mas vale a pena.

"O meu amor
anda pelas ruas
pedalando horários
comendo passeios
saboreando com a ponta da língua
um beijo pra mim

(eu acho ele lindo
nas coxas e olhos)

é comum esse amor meu
come bife a cavalo
chuta os gols na TV
trapaça os ciúmes que sente
roendo entre os dentes
um pé de moleque

(eu provoco os sonhos dele
com beijos e beijos
mas nem sempre ele acorda)

meu amor faz de conta que é tímido
e nem se encanta
com os presentes que eu dou
assopra meu ar de romance
arrepia minha veia poética

meu amor
nem é meu
ele diz:
- sem tempo
- sem posse
eu também acho assim
mas sou dele

aspiro por um desfile na avenida ao seu lado
seria como se não houvesse
samba
gente
carnaval
só nós dois
lindos e emplumados
morrendo de tesão um pelo outro

sabe, durante o dia
penso muito em você
imagino conversas
passeios
amores
conto as coisas
e você responde interessado
achando sempre que eu tenho razão

quando a gente briga
(que eu imagino)
é um bate boca pra cá
outro bate boca pra lá
e não há jeito de tudo dar certo,
penso na última novela que vi
e faço tudo acabar bem

será que você vai gostar
da forma descontraída do meu discurso?
ou será que pensará
mulher burra
não sabe nem escrever direito.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Tava bebendo ontem, com um amigo, e falando besteira.
Falar besteira é o melhor tira-gosto, se não for a melhor bebida.
E eu falava do fato, para mim óbvio, que a pessoa que souber conviver com sua solidão, de maneira correta, terá nas mãos, daqui uns 20 anos, no máximo, a maior das armas.
Falo arma, no bom sentido.
A maior doença hoje, no mundo, é a solidão dos homens.
E essa doença tente a virar epidemia.
Falo solidão e todas as suas consequências: depressão, stress, síndrome do pânico, etc.
Eu consegui me virar com minha solidão, com 17 anos.
E me dou extremamente bem com ela.
Todos nós somos sós. Cada um é uma solidão ambulante. O diabo é aceitar isso como uma coisa natural e ir vivendo na boa.
As pessoas têm medo da solidão e esse medo fortalece a solidão e a transforma num monstro que poucos conseguem encarar.
Eu encaro.
"Uns tomam éter, outros tomam cocaína.
Eu tomo alegria."
Como diz de maneira genial, o velho e sempre bom Manuel Bandeira.